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Polícia australiana diz que interveio no sequestro para salvar vidas

Mulheres deixam flores em memorial improvisado criado em homenagem aos reféns mortos durante o sequestro - Nick Perry/AP
Mulheres deixam flores em memorial improvisado criado em homenagem aos reféns mortos durante o sequestro Imagem: Nick Perry/AP

Em Sydney (Austrália)

16/12/2014 00h55

A polícia australiana defendeu nesta terça-feira (16) sua intervenção armada no sequestro em uma cafeteria situada no centro financeiro de Sydney que terminou com três mortos, dois reféns e o sequestrador, e seis feridos.

"Se (os policiais) não tivessem entrado, haveria mais mortos. Eles salvaram vidas", disse Andrew Scipione, comissário de polícia do Estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney.

Os reféns Katrina Dawson, uma advogada australiana de 38 anos e mãe de três crianças, e seu compatriota Tori Johnson, de 34 anos e gerente do estabelecimento atacado, morreram no incidente.

Por sua vez o "Channel 9" afirmou que aparentemente Johnson tentou desarmar o sequestrador, identificado como Man Haron Monis, quando este começou a disparar, o que motivou a intervenção policial.

As autoridades não ofereceram detalhes do ocorrido no interior do Lindt Chocolate Café, situado na zona financeira de Martin Place.


"Eles não tinham opção", disse o comissário de polícia. No entanto, as autoridades abriram uma investigação independente para esclarecer o ocorrido, o que pode durar "semanas".

Além dos mortos, seis pessoas ficaram feridas, três delas por ferimento de bala, mas não foi especificado se os projéteis saíram da arma do sequestrador ou dos policiais.

Os feridos, cinco mulheres e um policial, se encontram em situação estável depois que foram atendidos em hospitais da zona.

O homem conhecido como xeque Haron entrou na segunda-feira de manhã no café e sequestrou as 17 pessoas que estavam em seu interior, entre pessoas e clientes.

Entre os reféns, havia uma brasileira, a personal trainer goiana Marcia Mikhael, cuja família informou no Facebook que ela está bem e em segurança.

Durante o sequestro, Marcia chegou a escrever na rede social que o sequestrador "agora está ameaçando nos matar. Precisamos de ajuda. O homem quer que o mundo saiba que a Austrália está sob o ataque do Estado Islâmico".

A polícia decidiu intervir depois de quase 17 horas de sequestro.

O sequestrador era um radical iraniano que chegou à Austrália em 1996, quando lhe foi concedido asilo político. Mudou seu nome, Manteghi Bourjerdi, pelo de Man Haron Monis e adotou o título de xeque Haron.

Nos últimos anos, Monis protagonizou vários protestos contra a intervenção militar da Austrália no Afeganistão, além de ter contas pendentes com a Justiça por violência e assédio sexual, entre outras acusações.