Mulher do prefeito detido de Caracas afirma que político está "bem e firme"
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, detido na quinta-feira passada (19) e acusado de conspirar contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se encontra bem e "firme em suas convicções", segundo informou nesta segunda-feira (23) a mulher do político.
"Seu espírito e seu estado de saúde estão incólumes, está como nos acostumamos com Antonio, um homem forte, robusto e absolutamente convencido de que tudo do que o possam acusar é mentira", disse a jornalistas a mulher de Ledezma, Mitzy Capriles.
"É preciso seguir lutando para restituir a democracia na Venezuela (...). Cada dia que passa é um dia a menos deste governo", acrescentou.
Ledezma foi detido na quinta-feira por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência na sede de seu partido e na sexta-feira foi formalmente acusado de conspiração e formação de quadrilha depois de ser vinculado com um suposto plano golpista junto a outros opositores.
Um tribunal definiu como centro de reclusão a prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, mesmo lugar onde estão detidos o líder opositor Leopoldo López e o ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos.
Por sua parte, o dirigente do partido ABP (Alianza al Bravo Pueblo), fundado por Ledezma, Richard Blanco, assegurou hoje à imprensa que após uma conversa por telefone com o político, este mantém "o bom humor que o caracteriza".
Blanco disse ainda que Ledezma garantiu que "não descansará até ter o país" que "os venezuelanos merecem" e que "está mais firme que nunca em suas convicções democráticas".
A detenção de Ledezma foi criticada pelos dirigentes da plataforma opositora Mesa da Unidade Democrática, que pediram que a OEA (Organização dos Estados Americanos) convoque "de maneira urgente" os chanceleres e chefes de Estado para avaliar a situação da Venezuela.
Na semana passada o prefeito opositor foi apontado como parte ativa de um suposto plano de golpe de Estado já desativado, enquanto a procuradoria informou que a detenção de Ledezma tem relação com sua suposta vinculação com estudantes venezuelanos aprisionados após sua expulsão da Colômbia em setembro do ano passado e acusados de conspiração para a rebelião pouco depois.
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