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Ministra de Mobilidade belga renuncia por falhas de segurança em aeroportos

Líder cubano Raúl Castro (esq.) cumprimenta Obama, presidente dos EUA, no Panamá - Mandel Ngan/AFP
Líder cubano Raúl Castro (esq.) cumprimenta Obama, presidente dos EUA, no Panamá Imagem: Mandel Ngan/AFP

De Pequim (China)

15/04/2015 06h44

Bruxelas, 15 abr (EFE).- A ministra de Mobilidade da Bélgica, Jacqueline Galant, renunciou ao cargo nesta sexta-feira após as críticas recebidas pelas falhas de segurança dos aeroportos belgas, sobre as quais a Comissão Europeia (CE) alertou em 2015.

A renúncia de Galant já foi aceita pelo primeiro-ministro belga, o liberal Charles Michel, informou o jornal "Le Soir". A CE alertou em relatórios de 2011 e junho de 2015 sobre "graves deficiências" no controle da segurança dos aeroportos belgas, entre eles o de Bruxelas, alvo de um atentado no dia 22 de março.

Em um primeiro momento, tanto Galant como Michel afirmaram que o Ministério de Mobilidade não teve acesso a esses documentos. No entanto, documentos divulgados por vários jornais entre eles "Le Soir" e "La Libre Belgique", provam que Galant estava ciente das deficiências advertidas pela CE e que inclusive compareceu a reuniões que abordaram esses relatórios.

Para fazer frente às falhas detectadas pela CE, o Ministério de Mobilidade solicitou reforçar sua equipe de inspeção e, em fevereiro, solicitou ao gabinete de Galant uma parte do orçamento de 400 milhões de euros liberados pelo governo federal após os atentados de novembro em Paris para lutar contra atos terroristas e prevenir atentados.

De acordo com a emissora pública "RTBF", essa solicitação foi rejeitada pela ministra, que pediu parte desse orçamento para reforçar o Belgocontrol, o organismo belga de controle aéreo.

A gestão de Galant foi alvo de várias críticas durante seu ano e meio de mandato. Em outubro, a ministra assinou um grande contrato com o escritório de advocacia Clifford Chance sem ter realizado um processo de licitação antes.

O jornal "La Libre Belgique" lembrou hoje que vários documentos provavam que a ministra e seu gabinete eram cientes da obrigação legal de consultar e comparar as diversas ofertas antes de firmar o contrato, mas que nada disto aconteceu.

Além disso, em fevereiro a ministra voltou a estar no foco de todas as críticas após mudar de um dia para o outro sua opinião sobre a importância da construção de vias entre Bruxelas-Nivelles e Bruxelas-Ottignies.

Após dizer que estes trajetos "não eram uma prioridade" para as autoridades ferroviárias, no dia seguinte a ministra anunciou a apresentação de "um plano que assegure a construção de quatro vias nestas linhas", lembrou o jornal.