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Pobreza já atinge 28,7% dos argentinos, segundo estudo de universidade

Natacha Pisarenko/AP
Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Em Buenos Aires

14/07/2015 19h00

A taxa de pobreza na Argentina cresceu em 2014 até 28,7%, 1,3 ponto percentual acima do índice registrado em 2013, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pela UCA (Universidad Católica Argentina).

De acordo com Barômetro da Dívida Social elaborado pela UCA, "foi registrado um crescimento da taxa de pobreza tanto em lares como na população".

Segundo o relatório, a pobreza nos lares passou de 18% para 18,3% entre 2013 e 2014, enquanto a incidência da pobreza na população cresceu de 27,4% para 28,7%.

Além disso, para a UCA, a taxa de indigência em lares passou de 3,2% a 3,4%, enquanto a indigência na população aumentou de 5,4% para 6,4%.

Segundo o relatório, "infelizmente" se constata "que, apesar das medidas orientadas à proteção dos setores mais pobres, uma grande parte da sociedade ainda continua sendo uma 'população excedente' para o sistema em seu conjunto, ou seja, carece de um mínimo de condições dignas de subsistência econômica e integração social".

Os dados da Universidad Católica Argentina contrastam com os números do Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), cujos cálculos são questionados por consultores privados desde 2007, quando o organismo oficial introduziu mudanças metodológicas em vários indicadores.

De fato, o Indec não divulga suas medições semestrais da pobreza desde a primeira metade de 2013, quando informou que a pobreza atingia 3,7% dos lares e 4,7% da população, enquanto a indigência afetava 1,5% dos lares e 1,4% dos habitantes.

Por sua vez, o governo questionou várias vezes as medições privadas da pobreza, incluindo as da UCA.

No mês passado, a presidente argentina, Cristina Kirchner, assegurou em uma conferência internacional que a taxa de pobreza no país estava "abaixo de 5% e a indigência em 1,27%".