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Vaticano diz que encontro do papa com tabeliã americana "não é um apoio"

Kim Davis se tornou símbolo da oposição ao casamento gay nos EUA - Ty Wright/Getty Images/AFP
Kim Davis se tornou símbolo da oposição ao casamento gay nos EUA Imagem: Ty Wright/Getty Images/AFP

Na Cidade do Vaticano

02/10/2015 08h53

O Vaticano declarou nesta sexta-feira (2) que o encontro entre o papa e a funcionária pública americana na semana passada em Washington que esteve presa por negar licenças de casamento a casais de homossexuais não é um "apoio" do pontífice a ela.

O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse em comunicado que o "breve encontro" de Francisco com Kim Davis "não deve ser considerado como um apoio a sua posição em todos seus aspectos concretos e complexos". Ele disse que o encontro realizado na Nunciatura na capital americana "provocou uma série de discussões e comentários".

"A fim de contribuir para uma compreensão objetiva do que aconteceu posso esclarecer os seguintes aspectos", disse Lombardi antes de destacar que o papa se reuniu "sucessivamente com dezenas de pessoas convidadas à Nunciatura para um cumprimento antes da partida de Washington rumo à Nova York".

Segundo Lombardi, encontros como esse acontecem durante todas as viagens do papa e dessa vez não foi diferente.

"Foram saudações muito breves de cortesia que o papa fez com sua habitual amabilidade e disposição. A única 'audiência' concedida pelo papa na Nunciatura foi a um de seus antigos alunos e sua família. O papa não entrou nos detalhes da situação da senhora Davis", informou.

O grupo cristão Conselho pela Liberdade anunciou que Kim, que se tornou símbolo de oposição ao casamento gay, e seu marido Joe tiveram uma reunião particular com o pontífice na sede da Nunciatura Apostólica em Washington na quinta-feira passada.

Segundo o grupo, durante a reunião, o pontífice argentino e a tabeliã, que é evangélica, conversaram em inglês, se abraçaram e o papa deu de presente ao casal um rosário abençoado.

Alegando objeção de consciência por suas crenças religiosas, ela foi presa em 8 de setembro por ter decidido parar de emitir todo tipo de licença matrimonial em junho, quando a Corte Suprema tornou as uniões entre as pessoas do mesmo sexo um direito constitucional e legalizou estes casamentos em todo o país.

A decisão histórica obriga os 13 Estados que ainda o proibiam, entre eles Kentucky, a permitir que pessoas do mesmo sexo se casem.

Embora alguns funcionários públicos tenham expressado oposição à decisão do Supremo, Kim foi a primeira presa por negar a casais do mesmo sexo esse direito.