Jordânia bloqueia 12 mil refugiados sírios em fronteira, denuncia ONG
A organização HRW (Human Rights Watch) denunciou nesta terça-feira (8) que as autoridades jordanianas bloqueiam atualmente 12 mil solicitantes de asilo procedentes da Síria em sua fronteira nordeste, que está repleta de pessoas abandonadas em condições deploráveis.
A HRW afirmou que imagens de satélite registradas em 5 de dezembro confirmam que milhares de pessoas estão em áreas desérticas remotas no interior da fronteira jordaniana com a Síria.
A maioria dessas 12 mil pessoas são mulheres e crianças, que necessitam urgentemente de comida, água e assistência médica, denunciou a organização. Por isso, pediu às autoridades jordanianas que deixem de bloquear essa gente durante meses em áreas remotas na fronteira.
"As autoridades (jordanianas) devem permitir o acesso aos centros de passagem e assegurar que (os refugiados) recebam a ajuda necessária", exigiu na nota o subdiretor da HRW para o Oriente Médio e o Norte da África, Nadim Hury.
A última vez que isto foi permitido foi no início deste ano, mas desde então os sírios voltaram a ser abandonados durante meses nessas zonas e os guardas de fronteira só permitiram que dezenas deles chegassem os centros de passagem, ressaltou a HRW.
Caso a atitude do governo jordaniano não mude, 20 mil pessoas ficarão nessa área fronteiriça até o fim do ano, previu a organização humanitária.
O governo jordaniano ainda não reagiu à denúncia da HRW, embora em anteriores ocasiões similares tenha negado as acusações da organização internacional.
Desde o início de novembro, o Exército jordaniano informou que em várias ocasiões a guarda fronteiriça recebeu centenas de refugiados sírios e os realocou em lugares adequados.
No dia 2 de dezembro, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados registrava 632 mil refugiados sírios na Jordânia.
A HRW voltou a repetir seu pedido à comunidade internacional para que ajude a Jordânia e abrigue um grande número de refugiados sírios.
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