Após nova acusação de assédio, Nobel indiano pede baixa de universidade
O cientista indiano Rajendra Kumar Pachauri, ex-chefe do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), da ONU (Organização das Nações Unidas), e que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007, pediu nesta quinta-feira (11) afastamento temporário do cargo de reitor da Universidade TERI, em Nova Déli, após um novo caso de assédio sexual ser divulgado.
"Ele pediu a baixa como reitor e não participará da colação de grau. É a sua decisão", resumiu à Agência Efe o vice-reitor interino da Universidade, Rajiv Seth, que não quis dar mais detalhes.
O cientista está sendo processado após ser denunciado por assédio em fevereiro do ano passado por uma funcionária quando dirigia o Instituto de Energia e Recursos (TERI), vinculado à universidade. Por essa denúncia, ele foi destituído do cargo em julho, mas na última segunda-feira (8) voltou ao centro universitário como vice-presidente executivo.
Ontem, outra ex-funcionária denunciou publicamente ter sido assediada por Pachauri quando trabalhava para ele. A advogada da vítima, Vrinda Grover, contou à Efe que sua cliente procurou à polícia em 2013 para denunciar "o grave assédio".
"Ela apresentou provas, mas ninguém foi acusado. Por isso, agora decidiu tornar público seu caso", afirmou.
Ontem, 20 alunos apresentaram à universidade um texto anunciando boicote à colação de grau prevista para 7 de março, caso Pachauri participasse, segundo o vice-reitor interino.
O advogado do cientista, Ashish Dixit, disse à Efe que seu cliente não recebeu formalmente a nova denúncia.
"São denúncias perante a opinião pública, não na Justiça", comentou Dixit.
Rajendra Kumar Pachauri foi nomeado vice-presidente executivo do TERI após ter sido diretor do instituto durante 35 anos. Após ser denunciado, ele renunciou ao cargo de presidente do IPCC.
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