Indignação na Croácia por absolvição de Seselj no TPII
Zagreb, 31 mar (EFE).- A absolvição nesta quinta-feira em Haia do líder radical sérvio Vojislav Seselj foi recebida com indignação pelo governo da Croácia.
"Vergonhosa. A sentença é vergonhosa, se trata da derrota da promotoria de Haia", afirmou o primeiro-ministro croata, Tihomir Oreskovic, em Vukovar, cidade destruída por unidades sérvias durante a guerra (1991-1995).
"Como sabemos, especialmente aqui em Vukovar, (Seselj) cometeu o mal e nunca se arrependeu disso nem um pouquinho", acrescentou o chefe de governo croata à televisão pública croata "HTV".
Ele reiterou que a Sérvia, para entrar na União Europeia, "deverá cumprir as mesmas condições que a Croácia", especialmente no que diz respeito a criminosos de guerra e ao acatamento do Tribunal Penal internacional para crimes de guerra na antiga Iugoslávia (TPII).
O ex-ministro de Veteranos de guerra Predrag Matic, ele mesmo vítima de torturas quando foi prisioneiro em campos sérvios de detenção, disse estar "consternado" com a sentença de hoje.
"Estou totalmente consternado. Trata-se, infelizmente, de outra prova de que o direito e a justiça muitas vezes não vão juntos. É um tapa na cara de todas as vítimas da atuação de Seselj e de sua retórica", comentou.
Para ele, só os vários discursos públicos de Seselj, que incitavam à guerra e aos crimes, seriam suficientes para uma sentença condenatória, e causaram mais mal do que os autores individuais de crimes no terreno.
"Todos vimos seu discurso pela televisão em que chamava a que os croatas fossem degolados", lembrou.
Inclusive os 28 anos de prisão, que a promotoria do TPII pediu, eram considerados poucos para muitos cidadãos croatas de Vukovar.
O fiscal do TPII, Serge Brammertz, expressou sua "decepção" com a decisão do alto tribunal da ONU, e declarou que sua equipe está considerando apelar, mas que será "uma decisão que tomaremos dentro de alguns dias, porque temos que ler bem os argumentos de aos juízes, que são mais 100 páginas".
Brammertz lembrou que a decisão tomada pelo TPII não foi unanimidade, já que uma das juízas, Flavia Lattanzi, expressou uma "opinião dissidente" na sentença.
"Foi um caso problemático desde o primeiro dia. Pelo menos agora temos uma sentença", afirmou.
"O governo croata deve reagir agora e insistir que se recorra desta sentença", comentou Frano Soljic, um morador de Vukovar, à "HTV".
Ele acha que uma pena de 28 anos de prisão teria sido pouco por seu papel nos crimes cometidos nessa cidade. 2.500 civis croatas morreram depois da entrada de militares sérvios, incluídos os paramilitares de Seselj.
"Esta sentença é incrível, levanta a pergunta se a justiça existe. Todos fomos testemunhas que Seselj participou e incitou brutalidades e crimes, de Vukovar à toda Croácia, até a Bósnia", declarou Ljiljana Alvir, diretora da união de familiares dos desaparecidos croatas na guerra.
"Vergonhosa. A sentença é vergonhosa, se trata da derrota da promotoria de Haia", afirmou o primeiro-ministro croata, Tihomir Oreskovic, em Vukovar, cidade destruída por unidades sérvias durante a guerra (1991-1995).
"Como sabemos, especialmente aqui em Vukovar, (Seselj) cometeu o mal e nunca se arrependeu disso nem um pouquinho", acrescentou o chefe de governo croata à televisão pública croata "HTV".
Ele reiterou que a Sérvia, para entrar na União Europeia, "deverá cumprir as mesmas condições que a Croácia", especialmente no que diz respeito a criminosos de guerra e ao acatamento do Tribunal Penal internacional para crimes de guerra na antiga Iugoslávia (TPII).
O ex-ministro de Veteranos de guerra Predrag Matic, ele mesmo vítima de torturas quando foi prisioneiro em campos sérvios de detenção, disse estar "consternado" com a sentença de hoje.
"Estou totalmente consternado. Trata-se, infelizmente, de outra prova de que o direito e a justiça muitas vezes não vão juntos. É um tapa na cara de todas as vítimas da atuação de Seselj e de sua retórica", comentou.
Para ele, só os vários discursos públicos de Seselj, que incitavam à guerra e aos crimes, seriam suficientes para uma sentença condenatória, e causaram mais mal do que os autores individuais de crimes no terreno.
"Todos vimos seu discurso pela televisão em que chamava a que os croatas fossem degolados", lembrou.
Inclusive os 28 anos de prisão, que a promotoria do TPII pediu, eram considerados poucos para muitos cidadãos croatas de Vukovar.
O fiscal do TPII, Serge Brammertz, expressou sua "decepção" com a decisão do alto tribunal da ONU, e declarou que sua equipe está considerando apelar, mas que será "uma decisão que tomaremos dentro de alguns dias, porque temos que ler bem os argumentos de aos juízes, que são mais 100 páginas".
Brammertz lembrou que a decisão tomada pelo TPII não foi unanimidade, já que uma das juízas, Flavia Lattanzi, expressou uma "opinião dissidente" na sentença.
"Foi um caso problemático desde o primeiro dia. Pelo menos agora temos uma sentença", afirmou.
"O governo croata deve reagir agora e insistir que se recorra desta sentença", comentou Frano Soljic, um morador de Vukovar, à "HTV".
Ele acha que uma pena de 28 anos de prisão teria sido pouco por seu papel nos crimes cometidos nessa cidade. 2.500 civis croatas morreram depois da entrada de militares sérvios, incluídos os paramilitares de Seselj.
"Esta sentença é incrível, levanta a pergunta se a justiça existe. Todos fomos testemunhas que Seselj participou e incitou brutalidades e crimes, de Vukovar à toda Croácia, até a Bósnia", declarou Ljiljana Alvir, diretora da união de familiares dos desaparecidos croatas na guerra.
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