Papa Francisco diz que usou "objetivamente" o termo "genocídio" na Armênia
A bordo do avião papal, 26 jun (EFE).- O papa Francisco disse que classificou os massacres de armênios por parte de otomanos há cem anos como "genocídio" em sua já terminada viagem à Armênia, mas ressaltou que não usou essas declarações com "ânimo ofensivo, mas objetivamente".
"Esta palavra (genocídio) nunca foi dita com ânimo ofensivo, mas objetivamente", comentou o pontífice durante a entrevista coletiva durante o voo de volta a Roma.
O líder religioso declarou que em seu país natal, a Argentina, "quando se falava do extermínio armênio, sempre se usava a palavra genocídio".
"Eu não conhecia outra. Quando cheguei a Roma ouvi falar a outra expressão, o Grande Mal, ou a tragédia terrível. E me disseram que não, que a palavra genocídio é ofensiva, que deve se dizer esta", sustentou.
O papa Francisco encerrou neste domingo uma viagem de três dias à Armênia, onde voltou a denunciar o "genocídio" que os armênios da Anatólia sofreram pelos otomanos e o emprego deste termo já resultou uma crise diplomática com a Turquia, herdeira do extinto império e que rejeita tal acusação.
Ancara convocou para conversas o embaixador do país perante a Santa Sé e o papa Francisco, entre risos, disse hoje que houve um "jejum embaixatorial".
"Um advogado me disse que a palavra genocídio é uma palavra técnica, que não é sinônimo de extermínio. Pode-se dizer extermínio, mas declarar um genocídio comporta ações de reparação", analisou.
Na sexta-feira passada, no palácio presidencial da Armênia, o papa voltou a usar este termo sem que figurasse no discurso original e denunciou que "as grandes potências internacionais olhavam para outro lado".
"Na Segunda Guerra Mundial, algumas potências tinham as fotos das linhas ferroviárias que levavam a Auschwitz (campo de concentração nazista). Tinham a possibilidade de bombardear e não o fizeram", citou como exemplo dessa atitude.
Por outro lado, o pontífice relatou que durante sua vida em Buenos Aires "tinha muito contato com os armênios e ia frequentemente com eles e às missas".
Papa Francisco expressou seu desejo de "justiça e paz" para a Armênia, que mantém tensas relações com os vizinhos Turquia e Azerbaijão, este último país que visitará em outubro e no qual também reivindicará o fim das hostilidades, derivadas da disputa territorial na região de Nagorno Karabakh.
Durante a visita, expressará "também que não fazer a paz por um pedacinho de terra, que não é grande coisa, significa algo obscuro", em alusão a essa região.
Para o pontífice o povo armênio, mesmo com os problemas passados, "não perdeu a ternura, a arte, a música, esses tons tão difíceis de entender e com grande genialidade".
"Um povo que sofreu tanto com sua história, somente a fé o manteve de pé", disse.
"Esta palavra (genocídio) nunca foi dita com ânimo ofensivo, mas objetivamente", comentou o pontífice durante a entrevista coletiva durante o voo de volta a Roma.
O líder religioso declarou que em seu país natal, a Argentina, "quando se falava do extermínio armênio, sempre se usava a palavra genocídio".
"Eu não conhecia outra. Quando cheguei a Roma ouvi falar a outra expressão, o Grande Mal, ou a tragédia terrível. E me disseram que não, que a palavra genocídio é ofensiva, que deve se dizer esta", sustentou.
O papa Francisco encerrou neste domingo uma viagem de três dias à Armênia, onde voltou a denunciar o "genocídio" que os armênios da Anatólia sofreram pelos otomanos e o emprego deste termo já resultou uma crise diplomática com a Turquia, herdeira do extinto império e que rejeita tal acusação.
Ancara convocou para conversas o embaixador do país perante a Santa Sé e o papa Francisco, entre risos, disse hoje que houve um "jejum embaixatorial".
"Um advogado me disse que a palavra genocídio é uma palavra técnica, que não é sinônimo de extermínio. Pode-se dizer extermínio, mas declarar um genocídio comporta ações de reparação", analisou.
Na sexta-feira passada, no palácio presidencial da Armênia, o papa voltou a usar este termo sem que figurasse no discurso original e denunciou que "as grandes potências internacionais olhavam para outro lado".
"Na Segunda Guerra Mundial, algumas potências tinham as fotos das linhas ferroviárias que levavam a Auschwitz (campo de concentração nazista). Tinham a possibilidade de bombardear e não o fizeram", citou como exemplo dessa atitude.
Por outro lado, o pontífice relatou que durante sua vida em Buenos Aires "tinha muito contato com os armênios e ia frequentemente com eles e às missas".
Papa Francisco expressou seu desejo de "justiça e paz" para a Armênia, que mantém tensas relações com os vizinhos Turquia e Azerbaijão, este último país que visitará em outubro e no qual também reivindicará o fim das hostilidades, derivadas da disputa territorial na região de Nagorno Karabakh.
Durante a visita, expressará "também que não fazer a paz por um pedacinho de terra, que não é grande coisa, significa algo obscuro", em alusão a essa região.
Para o pontífice o povo armênio, mesmo com os problemas passados, "não perdeu a ternura, a arte, a música, esses tons tão difíceis de entender e com grande genialidade".
"Um povo que sofreu tanto com sua história, somente a fé o manteve de pé", disse.
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