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Coreia do Sul duplicará alto-falantes na "guerra psicológica" contra o Norte

06/07/2016 03h32

Seul, 5 jul (EFE).- A Coreia do Sul anunciou na terça-feira que duplicará o número de alto-falantes que emitem propaganda política na fronteira com a Coreia do Norte, uma ação que poderia gerar um forte tensão na região depois das recentes ameaças do regime de Kim Jong-un.

"Planejamos instalar até o final do ano dez novas torres de transmissão por alto-falantes" que se somariam aos onze existentes ao longo da fronteira do paralelo 38, disse à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul.

O reforço na "guerra psicológica" é uma resposta aos recentes lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, especialmente realizado há duas semanas com o poderoso Musudan, afirmou o porta-voz.

Os alto-falantes, que emitem desde mensagens contra o regime de Kim Jong-un até canções de pop sul-coreano ou inclusive radionovelas, podem ser ouvidas até dez quilômetros ao outro lado da fronteira, embora a Coreia do Norte também tenha instalado seus próprios sistemas de som para resistir.

O anúncio sul-coreano acontece horas depois que a Coreia do Norte formulasse uma ameaça contra as "provocações" da Coreia do Sul na região da fronteira entre os países.

O regime de Kim Jong-un ameaçou impor uma "punição merecida" a Coreia do Sul e Estados Unidos pela criação de uma situação "à beira da guerra" na linha de demarcação militar (LDM) que divide a península coreana, segundo um comunicado do Exército Popular publicado pela agência estatal de notícias "KCNA".

A Coreia do Norte condenou especificamente as emissões com alto-falantes da Coreia do Sul "de até 16 horas ao dia" e o lançamento de panfletos políticos em balões aerostáticos "para caluniar maliciosamente a dignidade da liderança suprema da RPDC, seu sistema social e a vida das pessoas".

Novos fatos apontam para um possível aumento da tensão militar entre as duas Coreias, em um momento em que os ânimos se acalmaram após um período de fortes ameaças e hostilidades em março e abril. EFE

aaf/phg