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Caminhão do atentado de Nice furou as barreiras policiais pela calçada

15.jul.2016 - Caminhão utilizado pelo autor do ataque em Nice passa por perícia da polícia local - Francois Mori/AP
15.jul.2016 - Caminhão utilizado pelo autor do ataque em Nice passa por perícia da polícia local Imagem: Francois Mori/AP

Em Paris

16/07/2016 10h20

O caminhão que causou o massacre em Nice entrou no Passeio dos Ingleses apesar das barreiras e dos carros de polícia que fechavam a passagem avançando sobre a calçada, explicou neste sábado (16) o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

"Foi pela calçada e de forma muito violenta por onde o caminhão conseguiu penetrar" na avenida principal, e isso permitiu ao autor do massacre, Mohammed Lahouaiej Bouhlel, "cometer seu crime", precisou Cazeneuve ao término de uma reunião do governo dedicada ao atentado presidida pelo chefe do Estado, François Hollande.

No local havia veículos de polícia que "impediam" entrar na zona restrita ao tráfego e que tinha sido aberta só para pedestres por ocasião da queima dos fogos de artifício da Festa Nacional francesa, que era presenciada 30 mil pessoas.

O ministro se defendeu das críticas de responsáveis da oposição de direita, e em particular do presidente da região de Nice, Christian Estrosi, que denunciaram que o dispositivo policial era insuficiente para garantir a segurança de um evento com tanto público.

Cazeneuve insistiu que esse dispositivo foi preparado por seu departamento "em próximo contato" com a Prefeitura, como ocorre nestes casos, o que garantia "um alto nível de segurança" e sustentou que se uma das duas partes não concordasse com a forma de segurança, o ato poderia ter sido cancelado.

O ministro afirmou que a Polícia Nacional "estava presente e muito presente" no Passeio dos Ingleses naquela noite, e que foram seus agentes os que atuaram "imediatamente" abrindo fogo contra o motorista do caminhão, o que permitiu abatê-lo e acabar com o massacre.

"Nestes momentos de luto, é preciso manter a dignidade" e isso significa "não cair em polêmicas, sobretudo quando podem estar alimentados por falsidades", argumentou.

Segundo os números divulgados, junto a aproximadamente 50 agentes municipais, o dispositivo era composto por 185 policiais nacionais e uma dezena de militares da operação Sentinelle.

Antes de Cazeneuve tomar a palavra, o porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, tinha lançado, em nome de Hollande, uma mensagem em direção à direita perante suas críticas pela gestão da ameaça terrorista e seus pedidos de medidas policiais excepcionais.

Le Foll ressaltou que o chefe do Estado tinha lembrado perante os membros de seu Executivo que a França necessita de "coesão" neste momento e que "é um país que respeita seus valores e seus princípios republicanos".

"Estamos em um momento em que há tentações de dividir o país. Frente a esse risco, é preciso lembrar a unidade e a coesão (...) em torno dos valores da República", argumentou.

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