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Obama visita vítimas de bombardeios americanos no Laos

 O presidente dos EUA, Barack Obama, visita cooperativa de próteses para vítimas de amputações devido aos milhares de explosivos que não detonaram que permaneceram em solo laosiano após a Guerra do Vietnã, em Vientiane, no Laos - Jonathan Ernst/Reuters
O presidente dos EUA, Barack Obama, visita cooperativa de próteses para vítimas de amputações devido aos milhares de explosivos que não detonaram que permaneceram em solo laosiano após a Guerra do Vietnã, em Vientiane, no Laos Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

Em Vientiane

07/09/2016 08h01

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou nesta quarta-feira um centro de reabilitação para vítimas das bombas que o Exército americano lançou no Laos durante a Guerra do Vietnã, um dia após incrementar a ajuda ao país asiático para remover explosivos que não detonaram durante o conflito e ainda ameaçam a população laosiana.

O Laos ainda vive as consequências do legado de mais de 2 milhões de toneladas de bombas que a aviação americana lançou entre 1964 e 1973 em uma operação secreta, o que o transformou no país mais bombardeado da história.

Milhares de artefatos que não explodiram permanecem enterrados em várias províncias do Laos, onde milhares de pessoas morreram ou ficaram feridas desde o final da guerra por causa deles.

O presidente americano, que veio ao Laos para participar de uma reunião com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), visitou uma cooperativa financiada pelos EUA que oferece próteses e apoio a pessoas incapacitadas, e destacou que essa guerra afetou os laosianos além do campo de batalha, segundo um comunicado da Casa Branca.

"Durante as últimas quatro décadas, o povo do Laos viveu sob a sombra da guerra", disse Obama, que insistiu na importância de reconhecer o envolvimento de Washington na guerra secreta que foi travada no país.

Na visita, o diretor do centro, Soksai Sengvongkham, detalhou a Obama as dificuldades enfrentadas pelos afetados pelas bombas e ouviu de uma das vítimas como elas recebem apoio das autoridades.

Obama aproveitou o início de sua visita ao Laos ontem, a primeira de um presidente americano ao país, para anunciar uma contribuição de US$ 90 milhões para os próximos três anos com o objetivo de financiar a remoção de explosivos, quase o dobro do valor investido nas duas últimas décadas.

O presidente dos Estados Unidos qualificou a ajuda como uma "obrigação moral" e apostou na cooperação como a melhor maneira para favorecer a reconciliação e refazer as relações.

Obama seguirá hoje sua visita no país em Luang Prabang, no norte do país, antes de iniciar amanhã sua agenda de reuniões na cúpula que a Asean realiza na capital Vientiane.