Aliados de Nunes em São Paulo chefiam 11 ministérios sob Lula
Na disputa pela prefeitura de São Paulo, uma dúzia de partidos apoiam a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição. Cinco deles controlam em Brasília 11 ministérios e mais a Caixa Econômica Federal. MDB, PSD e União Brasil chefiam três pastas cada um. Republicanos, uma pasta. PP, um ministério e a Caixa.
Enquanto aguarda na fila pelas sentenças criminais do STF, Bolsonaro impôs a Ricardo Nunes um vice duro de roer: o coronel Ricardo Mello Araújo. Alguns aliados fizeram cara de nojo. Não por aversão ao padrinho do vice, mas porque ambicionavam a posição. Azeitada em jantar no Palácio dos Bandeirantes, a escolha do ex-comandante da Rota foi oficializada por Tarcísio de Freitas, na última sexta-feira.
Fechado com Guilherme Boulos em São Paulo, Lula pode acusar o centrão de tudo, exceto de falta de transparência. Arthur Lira mostrou o rabo do cavalo há mais de um ano, em Nova York. Numa palestra para empresários, em maio de 2023, o imperador da Câmara tratou a inelegibilidade de Bolsonaro como uma oportunidade a ser aproveitada.
Lira disse coisas assim: "Um candidato [ao Planalto] de direita, errando menos, com o fortalecimento de uma base [conservadora] que existe no Brasil, e o presidente Bolsonaro como eleitor, eu acho que o quadro fica bastante desanimador para quem quiser disputar [pela esquerda] uma eleição em 2026".
Na definição de Getúlio Vargas, política é esperar o cavalo passar. Com pressa, a centro-direita capricha no pragmatismo. Alimentada com a ração federal de Lula, a fina flor do conservadorismo submete-se às esporas de Bolsonaro em São Paulo no pressuposto de que Tarcísio de Freitas, seu provável herdeiro político, chegará ao páreo de 2026 como uma barbada.
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