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Cambojanos sequestrados por piratas somalis em 2012 voltam para casa

31/10/2016 10h50

Phnom Penh, 31 out (EFE).- Quatro pescadores cambojanos que foram sequestrados por piratas somalis chegaram ao aeroporto de Phnom Penh após passarem quatro anos e meio longe de casa, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Chum Sonthri, afirmou à Agência Efe que os quatro reféns chegaram no domingo ao redor das 20h local em boas condições.

Os cambojanos Hem Phumany, Khorn Vanthy, Nhem Soksan e Kim Koem Hen aterrissaram em 23 de outubro em Nairóbi junto com o resto dos pescadores, e na terça-feira voaram com seus companheiros filipinos da tripulação -também libertados, rumo a Manila-, desde onde foram repatriados.

O pesqueiro Naham 3, de proprietário taiuanês e bandeira de Omã, foi capturado pelos piratas em 26 de março de 2012 ao sul das ilhas Seychelles com tripulação chinesa, vietnamita, indonésia, taiuanesa, filipina e cambojana.

Dos 29 membros da tripulação, um morreu durante a abordagem e dois faleceram por causa de doenças, informou o coordenador da missão de apoio aos reféns de "Oceans Beyond Piracy", John Steed, em comunicado.

Após um ano de sequestro no mar, os reféns foram transferidos por seus sequestradores ao estado de Galmudug, na Somália Central, depois que o navio naufragou.

Os reféns cambojanos denunciaram que recebiam ameaças de morte regularmente e que as condições do campo no qual viviam eram desumanas, com duas porções de arroz com açúcar por dia como único alimento.

"Atiraram no meu pé direito quando perguntei se podia urinar, e não me deixaram", indicou Khorn Vanthy ao jornal local "Cambodia Daily".

No Camboja, o Programa Humanitário de Resposta à Pirataria Marítima (MPHRP, em inglês) apoiará as vítimas junto a Caritas.

"Vendo como estão as famílias após quatro anos sem ingressos não é fácil", disse o diretor de programa de MPHRP, Tom Holmer.

Trata-se do segundo sequestro mais longo por parte de piratas somalis, após o de quatro reféns tailandeses que passaram cinco anos em mãos de seus sequestradores, segundo "Oceans Beyond Piracy".

A pirataria na Somália caiu progressivamente nos últimos anos e o foco dessas abordagens se transferiu atualmente às águas do Sudeste Asiático.