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Agressor de Ohio se inspirou no EI e em ex-líder da Al Qaeda, diz FBI

30/11/2016 19h34

Washington, 30 nov (EFE).- O jovem somali que usou um carro e uma faca para ferir 11 pessoas na segunda-feira em uma universidade de Ohio, nos Estados Unidos, "pelo menos" se inspirou no grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e no líder da Al Qaeda assassinado Anwar al-Awlaki, informou o FBI nesta quarta-feira.

Os agentes que investigam o ataque não têm informação sobre outros envolvidos, mas consideram que o estudante, de 18 anos, "pelo menos foi inspirado" pelo EI e por Al-Awlaki, clérigo radical morto pelos EUA em 2011.

A informação foi dita pela agente especial do FBI Angela Byers em entrevista coletiva na qual foi cautelosa quando perguntada se este é um caso de terrorismo, ao afirmar que "é muito cedo para saber se é terrorismo e nenhuma conclusão pode ser feita".

Sobre a atribuição do ataque feita pelo EI através da agência de notícias filiada "Amaq", a agente lembrou que o grupo "costuma atribuir a si este tipo de ataque quando o autor está morto e não pode dizer por que fez (o atentado)".

A investigação em andamento inclui uma análise exaustiva de "equipamentos eletrônicos e redes sociais" do agressor - que morreu a tiros por um agente -, do veículo com o qual atropelou várias pessoas e "dúzias" de entrevistas com seus parentes e conhecidos.

A Polícia de Columbus pediu aos cidadãos informação sobre onde o agressor esteve e o que fez antes de perpetrar o ataque naquela manhã. O único dado descoberto é ele deixou a irmã na aula e depois comprou uma faca em um estabelecimento da rede Wal-Mart, mas não foi confirmado que este seja o mesmo facão usado no ataque.

O veículo com o qual atropelou um grupo de pessoas não estava registrado em seu nome, e sim no do irmão, disse o subchefe de polícia de Columbus, Michael Woods.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu nesta manhã uma mensagem sobre o incidente em sua conta na rede social Twitter.

"O EI está levando crédito pelo terrível ataque com faca na universidade de Ohio State por um refugiado somali que não deveria ter estado em nosso país", afirmou.

O jovem agressor é um refugiado somali que saiu do país de origem junto com a família em 2007. Depois, viveu no Paquistão e em 2014 chegou aos Estados Unidos, onde obteve a residência permanente.

Viveu por um curto período em Dallas, no Texas, antes de se mudar para Columbus, a capital de Ohio, segundo informaram fontes policiais às principais televisões americanas.

A agência de notícias "Amaq", filiada aos jihadistas, disse na terça-feira que o jovem era um "soldado" do EI, mas os investigadores ainda não encontraram provas de comunicação entre o estudante e grupos terroristas.

O jovem publicou na segunda-feira uma mensagem no Facebook, que apagou pouco antes do ataque, no qual chamava de "herói" Al-Awlaki, segundo explicaram fontes policiais às emissoras "NBC" e "Fox News". Além disso, pedia que os EUA deixassem de "interferir em outros países, especialmente os do mundo islâmico".

O estudante alertava que tinha chegado "a um ponto de ebulição" e dizia que "mataria um bilhão de infiéis" para salvar a vida de um só muçulmano, relatam as mesmas fontes.

"Por Alá, não os deixaremos dormir a não ser que deem paz aos muçulmanos. Não terão ou desfrutarão nenhuma festividade", acrescentava a mensagem do jovem na rede social.

O ataque começou por volta das 9h52 (hora local; 12h52 em Brasília) da segunda-feira, quando o jovem atropelou com um veículo um grupo de pessoas, para depois sair e atacar indiscriminadamente os pedestres com um facão.

O vídeo das câmeras de segurança do campus confirmaram que o jovem chegou no veículo e realizou o ataque sozinho, explicou na segunda-feira em entrevista coletiva o chefe da polícia da universidade de Ohio State, Craig Stone.

A tragédia não foi maior porque, em questão de dois minutos, o agente da universidade Alan Horujko, de 28 anos, matou o agressor a tiros.