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Líderes rebeldes dizem que não receberam proposta de trégua na Síria

28/12/2016 11h34

Beirute, 28 dez (EFE).- Alguns líderes de grupos rebeldes afirmaram nesta quarta-feira que não receberam nenhuma proposta para estabelecer um cessar-fogo na Síria, apesar do anúncio feito por Rússia e Turquia de que tinham alcançado um pacto para uma trégua.

Em declarações telefônicas para a Agência Efe, o coordenador dos insurgentes Abdelmoneim Zeinedin afirmou que não recebeu nenhuma informação a este respeito.

"Não tenho conhecimento de nada sobre este tema", disse Zeinedin, coordenador dos rebeldes na província de Aleppo.

O chefe de Relações Exteriores do Movimento Islâmico dos Livres de Sham, Labib al Nahas, confirmou em um tweet que sua organização não recebeu até o momento nenhuma "proposta oficial para um cessar-fogo na Síria".

"As notícias que falam de acordo de cessar-fogo são incorretas", escreveu Nahas.

O Movimento Islâmico dos Livres de Sham, de tendência salafista, é um dos principais grupos armados do país árabe, enquanto Zeinedin está vinculado ao Exército da Conquista, uma das alianças insurgentes mais importantes da Síria.

A agência de notícias turca "Anadolu" informou hoje que Ancara e Moscou tinham chegado a um acordo de cessar-fogo em toda a Síria, que entrará em vigor a partir das 21h GMT (19h de Brasília).

Segundo essa fonte, no pacto estão incluídos o governo de Damasco e grupos opositores.

Se o cessar-fogo for bem sucedido, tanto as autoridades sírias como a oposição iniciarão negociações políticas em Astana, a capital do Cazaquistão, sob a tutela da Turquia e da Rússia, segundo a "Anadolu".

No entanto, ontem, a Comissão Suprema para as Negociações (CSN), a principal aliança opositora síria que reúne formações políticas e militares, revelou que ainda não tinha sido convidada para essa reunião, prevista para as próximas semanas.

Até agora, o governo sírio não se pronunciou sobre o pacto turco-russo.

A Turquia apoia grupos opositores sírios, enquanto a Rússia dá suporte ao regime do presidente da Síria, Bashar al Assad.