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Ladrão que roubou quadro de Picasso em 2010 é condenado a 8 anos de prisão

20/02/2017 13h02

Paris, 20 fev (EFE).- Um ladrão francês conhecido como "Homem-Aranha" foi condenado nesta segunda-feira a oito anos de prisão pelo golpe no qual roubou em 2010 um quadro do pintor espanhol Pablo Picasso e outras quatro obras-primas do Museu de Arte Moderna de Paris, enquanto dois cúmplices seus foram sentenciados a sete e seis anos de prisão, respectivamente.

O ladrão, que já tinha sido condenado no passado por roubos cometidos graças a sua habilidade de escalar muros e paredes, confessou o crime durante sua detenção.

Além das penas de prisão, os acusados deverão indenizar com 104 milhões de euros (US$ 110 milhões) a Prefeitura de Paris, proprietária do museu e dos quadros.

No entanto, o julgamento não serviu para que as autoridades pudessem descobrir o paradeiro das obras que, segundo um dos cúmplices, foram destruídas, uma versão na qual não acreditam os outros dois criminosos, nem os investigadores.

Como fruto do roubo, Vjéran Tomic, um francês de origem croata de 49 anos que também é conhecido como "Homem-Aranha", levou "Le pigeon aux petits pois", de Picasso; "La pastorale", de Matisse; "L'olivier près de l'Estaque", de Braque; "La femme à l'éventail", de Modigliani; e "Nature morte aux chandeliers", de Léger.

Este último quadro, segundo ficou constatado no julgamento, era o que Tomic deveria roubar por encomenda de Jean-Michel Corvez, um colecionador de 55 anos.

Mas, devido à facilidade de invadir o museu, que é monitorado por sistemas de alarme que não funcionaram, Tomic decidiu aumentar sua recompensa: no total, cinco obras avaliadas em quase 100 milhões de euros (US$ 106 milhões).

Tomic esteve seis vezes no museu para realizar trabalhos de reconhecimento e para desaparafusar a janela pela qual pretendia entrar no recinto.

Na madrugada de 20 de maio de 2010, o "Homem-Aranha" escalou até a janela e entrou no museu. Além disso, Tomic fez duas viagens entre o museu e o automóvel que tinha estacionado na margem adjacente do rio Sena, sem que isso alertasse os vigias, que só descobriram o roubo na manhã seguinte.

O crime evidenciou a segurança deficiente do palacete art déco, que guarda uma importante coleção de arte.

A investigação não deu resultados num primeiro momento, até que em novembro a polícia recebeu uma denúncia anônima que a colocou na pista de Tomic.

Fichado por crimes similares, o monitoramento do telefone celular do criminoso permitiu determinar que ele esteve no local no dia do roubo.

Assim, Tomic passou a ser monitorado constantemente e os investigadores descobriram sua relação com Corvez, e ambos foram detidos em 14 de maio de 2011.

Segundo os depoimentos de Tomic, os dois tentaram, em vão, vender as obras, mas não foi fácil. Corvez as confiou a um amigo especialista em relógios antigos, Yonathan Birn, o terceiro condenado, que as escondeu em sua casa, mas guardou o Modigliani no caixa-forte de um banco.

Birn assegurou durante o julgamento que, assustado após sua depoimento à polícia, destruiu as obras que supostamente guardava em casa, e que fez o mesmo com o Modigliani.