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Justiça colombiana congela bens de ex-senador preso no caso Odebrecht

27/02/2017 19h16

Bogotá, 27 fev (EFE).- A Procuradoria da Colômbia congelou os bens do ex-senador Otto Bula, um dos presos no caso Odebrecht no país, após descobrir que eles estão relacionados com a organização criminosa Escritório de Envigado e com a construtora brasileira.

Entre os bens congelados estão 34 imóveis, cinco veículos, duas participações em empresas e 645 cabeças de gado que estam em fazendas em três regiões do país. A Justiça calculou que os bens do ex-senador estão avaliados em US$ 18,3 milhões.

As ações foram anunciadas nesta segunda-feira pela diretora da Procuradoria Nacional Especializada de Extinção do Direito do Domínio, Andrea Malagón Medina, e do diretor de Antinarcóticos da Polícia, José Ángel Mendoza.

Segundo a procuradora, entre os bens há dois luxuosos imóveis na cidade de Cartagena de Indias, no litoral da Colômbia. Há outros em nomes de testas de ferro e familiares do ex-senador.

Otto Bula é acusado do crime de deslocamento forçado em 2008, quando intimidou diversos proprietários de terras da região de Montes de María, entre as províncias de Sucre e Bolívar, a vender suas terras. Elas valiam cerca de 23 bilhões de pesos colombianos (US$ 10,5 milhões), mas foram compradas pelo ex-senador por apenas 7 bilhões de pesos colombianos (US$ 3,2 milhões).

O ex-senador foi preso no último dia 15 de janeiro acusado de ter recebido US$ 4,6 milhões em propinas da Odebrecht para intermediar a obtenção de contratos para a empresa na Colômbia.

A Procuradoria também revelou ligações de Otto Bula com o narcotraficante morto Wilmar Alexis Metaute Zapata, membro da máfia chamada Escritório de Envigado.

Vários documentos encontrados pelos promotores citam dívidas desse grupo com Otto Bula. O valor chegaria a 5,4 bilhões de pesos (US$ 1,8 milhão), que deveriam ser quitados em fevereiro de 2014.

A defesa do ex-senador alega que os documentos são falsos.