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Palestina morta em ataque em Jerusalém perdeu filho em erro da polícia

29/03/2017 14h18

Jerusalém, 29 mar (EFE).- A palestina Siham Ratib Nimer, de 49 anos e que nesta quarta-feira morreu após atacar policiais israelenses em Jerusalém Oriental, é a mãe de um jovem que morreu no ano passado por um erro da polícia.

"Estava imersa na dor e nunca conseguiu se recuperar", disse um residente do campo de refugiados de Shuafat ao portal de notícias "Ynet", que hoje trouxe à tona a relação entre ambos os fatos.

Siham foi morta por policiais israelenses os quais tentou apunhalar com uma tesoura, o que alguns no campo de refugiados, no norte da parte leste ocupada de Jerusalém, interpretaram como um possível ato de vingança.

Seu filho, Mustafa Nimer, morreu em setembro do ano passado quando policiais atiraram em um veículo no qual estava sentado ao lado do motorista.

Como em várias ocorrências registradas na região desde outubro de 2015, aquele caso começou como um suposto atropelamento proposital por "razões nacionalistas", o que no jargão policial local significa palestinos que atacam israelenses no contexto da ocupação da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Mas a investigação e o julgamento concluíram que na realidade se tratava de um caso de condução temerária proposital.

O condutor do veículo, detido no momento dos fatos e primo de Mustafa, não tinha carteira de motorista e já tinha sido detido em outras ocasiões pela mesma razão.

O caso da morte da mãe de Mustafá ocorreu no emblemático Portão de Damasco, que dá acesso ao bairro muçulmano da Cidade Antiga de Jerusalém.

"A terrorista saiu da Cidade Antiga pelo Portão de Damasco, identificou um grupo de policiais na entrada, se aproximou, tirou uma faca que levava e tentou apunhalá-los", explicou em uma nota a porta-voz policial Luba Samri, que acrescentou que os agentes "dispararam e a neutralizaram".

Em comunicado posterior, a porta-voz corrige a informação e diz que a mulher usou uma tesoura no lugar de uma faca.