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Ex-presidente do Peru se diz perseguido politico, mas descarta pedir asilo

11/07/2017 22h08

Lima, 11 jul (EFE).- O ex-presidente do Peru Ollanta Humala se declarou perseguido politico após tomar conhecimento nesta terça-feira do pedido de prisão preventiva contra ele e sua esposa, Nadine Heredia, mas seu advogado negou categoricamente que eles pedirão asilo em outro país.

Entre as acusações contra Humala e Heredia está a de terem recebido doações do falecido ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez para a campanha eleitoral de 2006 e das construtoras brasileiras Odebrecht e OAS para a de 2011.

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou em abril que sua empresa deu US$ 3 milhões para a campanha eleitoral de Humala de 2011, mas o ex-presidente nega.

Em entrevista concedida na porta de sua residência, Humala, acompanhado por Heredia, alegou que enfrenta "uma perseguição política" desde que deixou o governo, em 2016.

O ex-presidente manifestou tranquilidade porque considera a acusação "um absurdo" e disse que as contribuições de empresas privadas para financiar campanhas eleitorais de partidos são legais.

Humala acusou o Ministério Público de ceder a uma pressão - "dá a impressão de que querem ficar bem com algum setor da imprensa ou com o Congresso" - dominada pelo partido fujimorista Fuerza Popular.

"É inédito. Minha esposa nunca foi funcionária pública e a judicializam como se fosse, e a mim me julgam pelas minhas origens, não pela minha gestão. As contribuições de campanha não são ilegais. São integralmente legais. Se quisermos que sejam ilegais, mudemos a lei", declarou.

O promotor Germán Juárez, que investiga Humala e Heredia por crimes de lavagem de dinheiro e associação ilícita para delinquir, pediu prisão preventiva para ambos ao alegar que poderiam fugir do país.

O pedido foi apresentado por Juárez após Humala solicitar um habeas corpus contra o promotor por ter comparecido ao colégio das filhas do ex-presidente para verificar se recentemente tinham viajado com a avó para o exterior com o consentimento da escola.

O ex-governante peruano afirmou hoje que "é um abuso e até uma covardia" a diligência feita pelo promotor no colégio, porque "os menores de idade não podem ser usados como instrumentos para fazer dano aos seus pais".

"Encaram como uma tentativa de fuga. Nós estamos aqui. Estamos levando a nossa vida normalmente. Temos raízes aqui", frisou Humala. EFE

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