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Parlamento da Tailândia aprova dar ao Rei o controle do seu patrimônio

17/07/2017 07h07

Bangcoc, 17 jul (EFE).- O Parlamento da Tailândia aprovou que o patrimônio da Coroa fique sob a única autoridade do rei Vajiralongkorn, em um novo passo do monarca para fortalecer sua influência oito meses após assumir o trono.

O Legislativo, escolhido a dedo pela junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de 2014, aprovou no domingo a primeira emenda desde 1948 à lei que regula o Escritório da Propriedade da Coroa.

A emenda prevê que os membros do conselho de direção do Escritório sejam escolhidos ou destituídos sob qualquer circunstância por decisão do rei e proíbe a retirada de qualquer dos seus ativos sem o consentimento do soberano.

O ministro de Finanças era até agora o encarregado oficial de designar a direção da instituição, a maior corporação tailandesa com uma ampla carteira de investimentos em propriedades e empresas, e que a revista "Forbes" avaliou em cerca de US$ 35 bilhões.

A emenda segue à aprovada em maio passado e que permitiu ao rei assumir o controle de cinco agências estatais responsáveis pela segurança e por assuntos reais que até então dependiam do escritório do primeiro-ministro, do Ministério da Defesa e da Polícia.

Estas reformas foram aprovadas depois que o monarca pediu modificar a nova Constituição promovida pela junta militar para dotar-se de mais poderes antes de assiná-la para que pudesse ser promulgada.

Vajiralongkorn foi proclamado rei da Tailândia no dia 1º de dezembro de 2016 após a morte do seu pai, Bhumibol Adulyadej, dois meses antes, no dia 13 de outubro, mas só será coroado após a cerimônia de cremação de seu pai prevista para o próximo dia 26 de outubro.

O novo soberano viveu grande parte da sua vida no estrangeiro desligado dos afazeres da Coroa e não herdou a popularidade de seu pai.

A informação sobre a monarquia tailandesa é um assunto muito sensível no país devido à lei de lesada altivez, que castiga com penas de entre três e 15 anos de prisão quem criticar ou fizer comentários considerados insultantes contra a família real.