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Netanyahu diz a líderes colonizadores que Israel deve limitar colônias

27/09/2017 14h18

Jerusalém, 27 set (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira em uma reunião a portas fechadas com líderes colonizadores judeus que o país não pode ser "egoísta" na construção em assentamentos em território ocupado e deve manter o compromisso firmado com os Estados Unidos de "restringir" esta atividade.

"Diga-lhes o que os americanos te disseram", pediu Netanyahu ao seu chefe do Estado maior, Yoav Horowitz. "Você pode ser um porco, mas não um 'chazer' (palavra em iídiche para se referir a um porco ou a alguém egoísta)", segundo um dos presentes no encontro, que pediu anonimato e foi citado pelo jornal "Haaretz".

De acordo com a fonte, o premiê israelense mostrou a pressão que recebe sobre este assunto do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que estaria preparando um plano de paz para avançar na aproximação entre palestinos e israelenses que poderia ser apresentado em breve.

"É provável que venha e ponha um papel sobre a mesa", informou Netanyahu, afirmando que Israel impôs limites na ampliação de colônias como parte dos acordos que firmou com a Casa Branca e que até agora impediram as críticas por anúncios de novas construções deste tipo, acrescenta o "Haaretz".

Em março, Netanyahu negou a existência de um plano para limitar a construção em território ocupado, após o enviado da Casa Branca, Jason Greenblatt, visitar a região para um primeiro contato com palestinos e israelenses.

Hoje, Netanyahu disse ter conseguido fazer com que os americanos encarassem da mesma maneira os grandes blocos de assentamentos - que conforme o anunciado em março, estariam sujeitos a menos restrições - e as pequenas colônias, nas quais os EUA teriam pedido então a cessação absoluta da construção.

O encontro desta quarta-feira foi realizado pouco antes de o premiê participar de um ato governamental no bloco de assentamentos de Gush Etzion, na Cisjordânia, para comemorar o que Israel considera "o retorno dos judeus" à sua terra e que para a comunidade internacional é o início da ocupação, que começou após a Guerra dos Seis Dias em 1967.

A comunidade internacional considera os assentamentos um dos principais obstáculos para a paz, embora Washington tenha mudado sua postura e abandonado as duras críticas à sua extensão, limitando-se até agora a apontar que estes "não ajudam" o objetivo da paz.

Os palestinos reiteraram que estas construções "vão contra as negociações" e pedem que sejam paralisadas, enquanto Netanyahu dirige uma coalizão de governo com partidos pró-colonizadores.