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AI denuncia execuções e saques em área curda tomada pelo exército iraquiano

24/10/2017 08h25

Cairo, 24 out (EFE).- A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta terça-feira que pelo menos 11 civis foram assassinados e que ocorreram "ataques indiscriminados, saques e incêndios provocados" em áreas majoritariamente curdas em Tuz Jormato, tomada recentemente pelo exército iraquiano das forças de segurança curda "peshmergas".

Pelo menos 11 civis foram assassinados e dezenas de milhares de pessoas que fugiram da área desde o último dia 16 de outubro têm medo de retornar, segundo assegura a AI em um comunicado.

"Imagens de satélite, vídeos, fotos e dezenas de testemunhos coletados pela AI mostram que os civis foram forçados a abandonar suas casas depois que explodiram violentos enfrentamentos" entre forças do governo iraquiano, apoiadas pelas milícias xiitas Multidão Popular, e os "peshmergas".

A ONG afirmou que, de acordo com declarações de moradores, 11 civis morreram em ataques discriminados e centenas de propriedades foram saqueadas, queimadas e destroçadas, no que parece "um ataque contra as áreas predominantemente curdas da cidade".

A diretora de investigação da AI para o Oriente Médio, Lynn Maaluf, pediu às autoridades do governo central que persigam os responsáveis pelo ocorrido e os apresentem perante a Justiça.

No último dia 16 de outubro, as forças de segurança iraquianas lançaram uma ampla ofensiva nas áreas em disputa com a região autônoma do Curdistão iraquiano, para arrebatar-lhes as zonas que controlavam fora das suas fronteiras administrativas.

Em Tuz Jormato, situada na província de Saladino, ocorreram fortes enfrentamentos que explodiram após vários dias de grandes tensões na localidade.

O governo iraquiano ordenou a intervenção das forças de segurança em represália à realização em setembro de um referendo de independência rejeitado por Bagdá.