Ex-funcionário nega ter criado rede de prostituição no Congresso peruano
Um ex-funcionário do Congresso peruano, suspeito de ter montado uma rede de prostituição dentro do Legislativo, segundo uma denúncia jornalística, rejeitou, nesta quinta-feira (26), as acusações contra ele, durante um interrogatório de parlamentares.
O ex-chefe do Escritório Legal e Constitucional do Congresso, Jorge Torres, se defendeu das acusações perante a comissão de fiscalização do Parlamento, que abriu uma investigação sobre o escândalo, além da iniciada pela Procuradoria.
"Em relação ao tema de uma possível rede de prostituição no Congresso da República, repudio totalmente", disse Torres na sessão transmitida pela emissora do Congresso.
O funcionário administrativo insistiu em que nunca gerenciou a contratação de mulheres para que prestassem serviços sexuais em troca de votos.
"Não houve nenhum tipo de vínculo de trabalhadoras que tenham prestado serviços (sexuais) a funcionários, a congressistas, muito menos de que estes serviços tenham ocorrido para gerar votos a favor de um projeto de lei. Eu o repudio e nego categoricamente", afirmou.
O escândalo veio à tona após o assassinato da advogada Andrea Vidal, de 28 anos, ex-assessora e braço direito de Torres até setembro, quando foi demitida.
Vidal morreu em 17 de dezembro em um hospital de Lima, após ser baleada, juntamente com o motorista do táxi em que viajava.
O programa de televisão "Beto a Saber" implicou o funcionário no ataque de pistoleiros em 10 de dezembro e apontou Torres como o suposto organizador de uma rede de profissionais que prestavam serviços sexuais a parlamentares.
"Em relação às acusações sobre a doutora Andrea Vidal, eu repudio. É um absurdo, ainda está na etapa de investigação", assinalou Torres, próximo do partido direitista Aliança Para o Progresso (APP).
A reportagem televisiva mencionou a hipótese de que pistoleiros contratados por Torres teriam assassinado Vidal, que supostamente recrutava as prostitutas.
Diante do escândalo, Torres foi demitido do cargo no Congresso em 13 de dezembro.
"É forte demais que em nível internacional o Congresso seja visto como uma instituição envolvida no tema da prostituição", disse, nesta quinta, a congressista Norma Yarrow, do partido de direita Renovação Popular, integrante da comissão que investiga o caso.
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© Agence France-Presse
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