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Cabul perde território para talibãs e baixas nas tropas americanas disparam

31/10/2017 16h14

Cabul, 31 out (EFE).- O governo de Cabul controla apenas 57% do território afegão, após perder força frente aos talibãs, enquanto as baixas das tropas americanas no conflito aumentaram quase o dobro entre janeiro e agosto, segundo o inspetor especial geral para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar).

De acordo com um relatório deste órgão do Congresso dos Estados Unidos publicado nesta terça-feira, o aumento das tropas de Washington no Afeganistão se traduziu também em um aumento em suas baixas, com dez mortos e 48 feridos entre 1º de janeiro e 23 de agosto, sete e 22 a mais que no semestre anterior, respectivamente.

Os dados são, além disso, o dobro dos que foram registrados nos primeiros semestres de 2015 e 2016.

Paralelamente, cresceu o número de bombardeios realizados no país contra os talibãs e o grupo jihadista Estado Islâmico (EI): 2.400 entre janeiro e setembro, o número mais alto desde 2014, segundo o SIGAR.

Apesar do aumento do papel de combate dos EUA, que em setembro acrescentou mais 3 mil soldados ao contingente de 8.400 que já mantinha como parte da operação da Otan e em tarefas antiterroristas, o controle do governo afegão está em seu "ponto mais baixo" desde que o Sigar começou a contabilizá-lo em 2015.

Em agosto, Cabul controlava ou tinha influência sobre apenas 56,8% do território, 2,9% a menos que três meses antes, e seu controle chegava a 231 dos 407 distritos do país.

Os talibãs, por sua vez, controlam ou têm influência em 54 demarcações administrativas, nas quais vivem 3,7 milhões de pessoas, 11% da população afegã e 700 mil habitantes a mais que seis meses antes.

A grande maioria, quase 21 dos 32 milhões de afegãos, vivem em locais controlados ou sob a influência do governo, enquanto os 8 milhões restantes permanecem em áreas disputadas pelas duas partes.

O Sigar advertiu que os ataques de grandes proporções registrados no segundo trimestre do ano no país minaram a confiança dos afegãos na capacidade do governo para protegê-los.

Desde o fim da missão de combate da Otan em janeiro de 2015, o governo de Cabul foi perdendo terreno para os talibãs, que continuam lançando grandes ataques e ofensivas de forma regular.