Milhares de romenos protestam contra polêmicas reformas fiscal e judiciária
Bucareste, 26 nov (EFE).- Mais de 15 mil romenos protestaram neste domingo em Bucareste contra o Governo social-democrata pela recente adoção de uma controversa reforma tributária e um projeto de lei do qual denunciam que reduziria a independência da Justiça.
"Justiça, não corrupção", "Renúncia " e "Não vão escapar", foram alguns dos slogans que cantaram os manifestantes reunidos perante o Palácio Victoria, sede do Executivo, antes de marchar pacificamente para o Parlamento.
"Seguimos protestando porque a única preocupação dos governantes é o direito dos delinquentes, ao invés de buscar justiça para as vítimas e recuperar o dinheiro roubado", explicou à Agência Efe Anca Dumitrescu, uma socióloga de 39 anos que assistiu a esta e outras manifestações prévias contra a corrupção.
No começo deste mês, o Governo aprovou uma reforma tributária que entrará em vigor em janeiro de 2018, apesar das críticas dos sindicatos, patronais e do presidente do país, Klaus Iohannis, segundo o qual a nova legislação pode desencadear uma redução dos salários de até 20%.
Entre outras coisas, a polêmica lei transfere as cargas do pagamento da seguridade social do empregador ao trabalhador.
Os manifestantes são também contra um projeto de reforma do sistema judicial, debatido atualmente no Parlamento e criticado também pela União Europeia.
O plano inclui uma redução das competências da Promotoria anticorrupção, DNA, organização que já não poderia investigar os magistrados, e do controle da Inspeção Judicial do Conselho Superior de Magistratura, as principais guardas que protege a independência da Justiça.
No último dia 5, mais de 30 mil pessoas protestaram em várias cidades do país contra este projeto, que Iohannis qualificou de "ataque contra o Estado de Direito".
"O confisco político do sistema de justiça, o sequestro do Estado a mãos de uma máfia política que debilita a legislação anticorrupção para escapar dos tribunais, as guerras políticas e institucionais lançadas pelo Governo contra a sociedade civil e o caos fiscal levarão a Romênia a sair da UE e da Otan", declararam hoje no Facebook os organizadores da manifestação.
Estes protestos, convocados por vários sindicatos e ONG, ocorrem poucos dias depois de a DNA acusar o líder do governante Partido Social-Democrata, Liviu Dragnea, de criar um grupo criminoso, assim como de abuso de poder e informação falsa em um caso de desvio de fundos europeus.
Os sociais-democratas ganharam as eleições em dezembro de 2016, mas o governo esteve envolvido em diversos escândalos e intensas manifestações.
Já em fevereiro, a Romênia viveu a maior onda de protestos desde a queda do comunismo em 1989, com grandes manifestações diárias que finalmente obrigaram o gabinete social-democrata a retirar uma controversa lei que pretendia suavizar a luta contra a corrupção. EFE
rsc/ff
(foto)
"Justiça, não corrupção", "Renúncia " e "Não vão escapar", foram alguns dos slogans que cantaram os manifestantes reunidos perante o Palácio Victoria, sede do Executivo, antes de marchar pacificamente para o Parlamento.
"Seguimos protestando porque a única preocupação dos governantes é o direito dos delinquentes, ao invés de buscar justiça para as vítimas e recuperar o dinheiro roubado", explicou à Agência Efe Anca Dumitrescu, uma socióloga de 39 anos que assistiu a esta e outras manifestações prévias contra a corrupção.
No começo deste mês, o Governo aprovou uma reforma tributária que entrará em vigor em janeiro de 2018, apesar das críticas dos sindicatos, patronais e do presidente do país, Klaus Iohannis, segundo o qual a nova legislação pode desencadear uma redução dos salários de até 20%.
Entre outras coisas, a polêmica lei transfere as cargas do pagamento da seguridade social do empregador ao trabalhador.
Os manifestantes são também contra um projeto de reforma do sistema judicial, debatido atualmente no Parlamento e criticado também pela União Europeia.
O plano inclui uma redução das competências da Promotoria anticorrupção, DNA, organização que já não poderia investigar os magistrados, e do controle da Inspeção Judicial do Conselho Superior de Magistratura, as principais guardas que protege a independência da Justiça.
No último dia 5, mais de 30 mil pessoas protestaram em várias cidades do país contra este projeto, que Iohannis qualificou de "ataque contra o Estado de Direito".
"O confisco político do sistema de justiça, o sequestro do Estado a mãos de uma máfia política que debilita a legislação anticorrupção para escapar dos tribunais, as guerras políticas e institucionais lançadas pelo Governo contra a sociedade civil e o caos fiscal levarão a Romênia a sair da UE e da Otan", declararam hoje no Facebook os organizadores da manifestação.
Estes protestos, convocados por vários sindicatos e ONG, ocorrem poucos dias depois de a DNA acusar o líder do governante Partido Social-Democrata, Liviu Dragnea, de criar um grupo criminoso, assim como de abuso de poder e informação falsa em um caso de desvio de fundos europeus.
Os sociais-democratas ganharam as eleições em dezembro de 2016, mas o governo esteve envolvido em diversos escândalos e intensas manifestações.
Já em fevereiro, a Romênia viveu a maior onda de protestos desde a queda do comunismo em 1989, com grandes manifestações diárias que finalmente obrigaram o gabinete social-democrata a retirar uma controversa lei que pretendia suavizar a luta contra a corrupção. EFE
rsc/ff
(foto)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.