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Senador democrata Al Franken renuncia após acusação de assédio sexual

07/12/2017 16h20

Washington, 7 dez (EFE).- O senador do Partido Democrata dos Estados Unidos Al Franken anunciou nesta quinta-feira que renunciará a seu cargo nas próximas semanas, depois que até oito mulheres o acusaram de assédio sexual nos últimos dias.

"Hoje, anuncio que nas próximas semanas renunciarei como membro do Senado dos Estados Unidos", disse Franken em um aguardado discurso no plenário, após o aumento das pressões dentro de seu próprio partido para que apresentasse sua renúncia.

O político, que pediu desculpas por qualquer ofensa e se colocou à disposição para ser investigado no Comitê de Ética do Senado, é um dos senadores democratas mais populares e seu nome chegou inclusive a ser cogitado para a candidatura à presidência nas próximas eleições, em 2020.

Não obstante, convencido de sua inocência, o senador quis utilizar o plenário da casa legislativa para se defender das acusações.

Franken disse que as alegações são "simplesmente falsas" e que tem "orgulho" de ter usado seu mandato no Senado em "defesa das mulheres".

Além disso, Franken não hesitou em utilizar a atenção midiática suscitada por seu caso para atacar o atual presidente Donald Trump.

"Sou consciente de que há alguma ironia no fato de eu estar saindo de cena, enquanto um homem que se vangloriou na frente das câmeras sobre o seu histórico de agressão sexual é quem está sentado no Salão Oval".

O anúncio de renúncia do senador democrata acontece há cinco dias para a eleição especial ao Senado pelo estado de Alabama, na qual o candidato do Partido Republicano é Roy Moore, que é alvo de acusações de assédio sexual contra menores de idade, algo que não o impediu de seguir em frente com a candidatura e também não dissuadiu Trump de oferecer apoio a ele

Franken, de 66 anos e senador desde 2009, foi acusado de beijar e tocar mulheres sem consentimento em episódios ocorridos entre 2003 e 2010.

O anúncio de renúncia acontece na mesma semana em que o também legislador democrata John Conyers informou que não concorrerá à reeleição em 2018, após mais de 50 anos no Legislativo, devido aos numerosos pedidos de seus companheiros de partido para que deixasse a cadeira por uma série de acusações de abuso sexual.

Os Estados Unidos vivem há alguns meses uma onda de denúncias de assédio sexual, que começaram com o escândalo em Hollywood do produtor Harvey Weinstein e têm se expandido para a esfera política, como no caso de Franken, e privada, com movimentos como o "#MeToo" ("Eu também", em inglês), para pôr fim ao silêncio sobre os abusos sexuais.