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Damasco afirma que Israel pretende desestabilizar região com ataques

09/01/2018 15h25

Beirute, 9 jan (EFE).- O Governo sírio afirmou nesta terça-feira que Israel quer desestabilizar a região e piorar ainda mais a situação com o ataque israelense das últimas horas contra posições militares perto de Damasco.

Segundo a agência de notícias oficiais síria "Sana", o Ministério sírio de Relações Exteriores enviou duas cartas à ONU, nas quais afirmou que com estes tipos de agressões Israel pretende elevar a moral das organizações terroristas no território sírio, em resposta às vitórias da Forças Armadas do país.

Na cartas, o Ministério lembra que "as autoridades da ocupação israelense" realizaram três ataques com projéteis contra a Síria ao amanhecer.

Para o Governo de Damasco, estas agressões "provam o caminho perigoso e hostil seguido pelo Exército da ocupação de Israel para desestabilizar a região e piorar a situação, e servem para os objetivos israelenses de apoiar o terrorismo e manter sua ocupação do território árabe"

As autoridades sírias advertiram que Israel não terá sucesso na proteção a grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI) e a Frente al Nusra (antiga denominação do Organismo de Liberdade do Levante antes de se desvincular da Al Qaeda).

O Governo sublinhou que os ataques israelenses violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e a legislação internacional, e afirmou que não teriam ocorrido se Israel não tivesse o apoio "ilimitado" dos EUA, que lhe proporciona imunidade.

O Ministério reiterou que estes ataques e o respaldo israelense a organizações terroristas terão "sérias repercussões", e exigiu ao Conselho de Segurança que condene essas agressões "flagrantes" e adote passos "firmes e imediatos" para evitá-las e que Israel preste contas.

Anteriormente, o Exército sírio anunciou que tinha repelido um ataque israelense com projéteis contra posições militares na área de Al Qatifa, nos arredores de Damasco.

As autoridades israelenses não confirmaram por enquanto este incidente.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos precisou que os autores do ataque foram aviões de Israel que lançaram os projéteis contra Al Qatifa, ao nordeste da capital síria, desde o espaço aéreo libanês durante a madrugada.

Segundo esta fonte, o bombardeio teve como alvos depósitos de armas do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Governo de Damasco, e da Divisão III do Exército sírio.