Menem diz que "setor" do governo Cristina Kirchner "mandou matar" Nisman
Buenos Aires, 27 fev (EFE).- O ex-presidente da Argentina Carlos Menem afirmou que "um setor" do governo Cristina Kirchner "mandou matar" o promotor Alberto Nisman, que pouco antes de ser encontrado morto, em 2015, a havia acusado de encobrir a participação de iranianos no atentado terrorista à associação judaica Amia em Buenos Aires em 1994.
"Se um mais ou menos forem levados em conta os fatos, se chega a uma conclusão. Que evidentemente, a partir de um setor daquele governo, mandaram matá-lo", destacou o ex-chefe de Estado, de 87 anos, em entrevista à rede de televisão "CNN".
De acordo com Menem, a morte do promotor que investigava o atentado - que deixou 85 mortos - foi "escandalosa".
"(Nisman foi) um homem que trabalhou sempre pela Argentina e trabalhou bem", destacou Menem, que disse tê-lo conhecido e que era "uma excelente pessoa".
"Não é como dizem alguns, que se suicidou. Para mim, o mataram", ressaltou.
Embora tenha dito não estar "em condições" de fazer uma acusação de crime contra ninguém, seguidamente o ex-presidente afirmou que o fato de Nisman ter denunciado Cristina e alguns de seus colaboradores por terem encoberto iranianos suspeitos de terem cometido o atentado "foi uma das causas que levaram os funcionários (do governo)" a "matar" o promotor.
A investigação da morte de Nisman, ainda sem desfecho, passou a ser classificada como "morte duvidosa" pela Justiça - sem definição se ocorreu por suicídio ou assassinato - depois que, em setembro do ano passado, uma comissão de peritos ter concluído que duas pessoas o agrediram, drogaram e assassinaram.
Atualmente, o caso só tem como acusados o técnico em informática Diego Lagomarsino, como "partícipe necessário" - por ser quem levou à casa de Nisman a arma que causou sua morte - e os policiais que faziam a segurança do promotor, embora neste caso por descumprirem os deveres por não o terem protegido no dia que morreu.
Nisman alegava que a assinatura de um acordo com o Irã, em 2013, que oficialmente visava uma parceria dos dois países para esclarecer o atentado, escondia na realidade um pacto para encobrir os suspeitos de participação no ataque, entre eles ex-funcionários do alto escalão do governo iraniano, em troca do aumento das relações comerciais, algo que Cristina sempre negou, como também ter algo a ver com a morte do promotor.
Este não é o único caso relacionado com um suposto encobrimento do atentado.
Em outro processo que já está em fase de julgamento oral, o próprio Menem, senador desde 2005, é acusado de "abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público e encobrimento" do ataque à Amia, e o Ministério Público pediu sua condenação a 4 anos de prisão e proibição de exercer cargos públicos por 8 anos.
Neste processo são julgadas 12 pessoas por várias irregularidades detectadas no primeiro julgamento aberto sobre o atentado, que concluiu com a declaração de anulação de toda a investigação e a absolvição dos policiais argentinos acusados.
"Se um mais ou menos forem levados em conta os fatos, se chega a uma conclusão. Que evidentemente, a partir de um setor daquele governo, mandaram matá-lo", destacou o ex-chefe de Estado, de 87 anos, em entrevista à rede de televisão "CNN".
De acordo com Menem, a morte do promotor que investigava o atentado - que deixou 85 mortos - foi "escandalosa".
"(Nisman foi) um homem que trabalhou sempre pela Argentina e trabalhou bem", destacou Menem, que disse tê-lo conhecido e que era "uma excelente pessoa".
"Não é como dizem alguns, que se suicidou. Para mim, o mataram", ressaltou.
Embora tenha dito não estar "em condições" de fazer uma acusação de crime contra ninguém, seguidamente o ex-presidente afirmou que o fato de Nisman ter denunciado Cristina e alguns de seus colaboradores por terem encoberto iranianos suspeitos de terem cometido o atentado "foi uma das causas que levaram os funcionários (do governo)" a "matar" o promotor.
A investigação da morte de Nisman, ainda sem desfecho, passou a ser classificada como "morte duvidosa" pela Justiça - sem definição se ocorreu por suicídio ou assassinato - depois que, em setembro do ano passado, uma comissão de peritos ter concluído que duas pessoas o agrediram, drogaram e assassinaram.
Atualmente, o caso só tem como acusados o técnico em informática Diego Lagomarsino, como "partícipe necessário" - por ser quem levou à casa de Nisman a arma que causou sua morte - e os policiais que faziam a segurança do promotor, embora neste caso por descumprirem os deveres por não o terem protegido no dia que morreu.
Nisman alegava que a assinatura de um acordo com o Irã, em 2013, que oficialmente visava uma parceria dos dois países para esclarecer o atentado, escondia na realidade um pacto para encobrir os suspeitos de participação no ataque, entre eles ex-funcionários do alto escalão do governo iraniano, em troca do aumento das relações comerciais, algo que Cristina sempre negou, como também ter algo a ver com a morte do promotor.
Este não é o único caso relacionado com um suposto encobrimento do atentado.
Em outro processo que já está em fase de julgamento oral, o próprio Menem, senador desde 2005, é acusado de "abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público e encobrimento" do ataque à Amia, e o Ministério Público pediu sua condenação a 4 anos de prisão e proibição de exercer cargos públicos por 8 anos.
Neste processo são julgadas 12 pessoas por várias irregularidades detectadas no primeiro julgamento aberto sobre o atentado, que concluiu com a declaração de anulação de toda a investigação e a absolvição dos policiais argentinos acusados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.