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Legisladores dos EUA pedem que Zuckerberg testemunhe no Congresso

22/03/2018 15h17

Washington, 22 mar (EFE).- O Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes dos Estados Unidos convocaram nesta quinta-feira para depor, na condição de testemunha, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, devido ao vazamento de dados de milhões de usuários a uma empresa de consultoria vinculada à campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

"Estamos querendo trabalhar com o Facebook e Zuckerberg para concordar uma data e uma hora no futuro próximo para uma audiência no comitê", afirmaram em comunicado conjunto o presidente do comitê, o republicano Greg Walden, e o líder dos democratas nesse grupo, Frank Pallone.

Neste sentido, os legisladores consideraram que, "como presidente do Facebook, (Zuckerberg) é a testemunha indicada" para "dar respostas aos americanos.

O caso se refere ao vazamento dos dados de 50 milhões de usuários por parte da Cambridge Analytica, uma empresa de consultoria que foi contratada pela campanha eleitoral de Trump em 2016 por mais de US$ 6 milhões e que, supostamente, utilizou essa informação para construir um programa informático destinado a prever as decisões dos eleitores e influenciá-las.

"As últimas revelações sobre o uso e a segurança dos dados dos usuários do Facebook geram muitas preocupações sérias sobre a proteção do consumidor", declarou no comunicado o comitê depois que o multimilionário pediu desculpas e disse que ficaria feliz em falar no Congresso americano.

"A verdade é que ficaria encantado (de testemunhar) se isto for o correto", afirmou Zuckerberg em entrevista à emissora "CNN".

O escândalo, revelado no sábado passado pelos jornais "The New York Times" e "The Observer", castigou as ações do Facebook que, apenas nesta semana, perdeu quase US$ 50 bilhões, e alguns de seus acionistas apresentaram ações coletivas contra a empresa por cometer "atos ilegais" que lhes provocaram perdas na bolsa de valores.

Zuckerberg já tinha anunciado na quarta-feira passada que a empresa investigará "todos os aplicativos que acessaram grandes quantidades de informação" antes de 2014, quando lhes foram impostas limitações, e que ampliará suas restrições a desenvolvedores para evitar "abusos".

O caso gerou preocupação em nível mundial em relação à proteção de dados e seu uso político e múltiplo governos, além da União Europeia (UE), pediram explicações ao empresário.