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Ataques de rebeldes ugandenses deixam 11 mortos na RDC

28/03/2018 09h07

Kinshasa, 28 mar (EFE).- Onze pessoas - entre elas um bebê - morreram e várias permanecem desaparecidas depois de um ataque de supostos rebeldes ugandenses da Frente Democrática Aliada (ADF) em Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), informou nesta quarta-feira à Agência Efe um líder da sociedade civil.

"O balanço são 11 mortos: oito homens, duas mulheres e um bebê, que foram esfaqueados", indicou em conversa telefônica com a Agência Efe o líder da sociedade civil Gilbert Kambale.

Os fatos ocorreram na comunidade de Rwenzori, perto da cidade de Beni, zona próxima à fronteira de Uganda e palco de constantes incursões do grupo rebelde.

"Há uma incursão e pelo modus operandi sabemos que foram os rebeldes ugandenses da ADF", relatou Kambale, que indicou que os corpos estão sendo levados ao necrotério do hospital local de Beni.

"Os insurgentes não atacam na floresta, mas nas zonas urbanas. É o que está fazendo com que a população se revolte contra as autoridades locais e as forças de segurança", acrescentou Kambale, que está há meses denunciando ataques constantes deste grupo na zona.

A população vive com medo dos ataques constantes, mas aumenta a raiva contra a pouca presença do Estado e as forças de segurança na zona, por isso que começaram a protestar perante os escritórios e sedes da Polícia e as Forças Armadas congolesa.

Na cidade, todas as atividades foram paralisadas, e os supermercados, as postos de gasolina e os mercados permanecem fechados pelo medo.

A região, situada em uma zona montanhosa de complicado acesso, permite aos rebeldes de se esconder com facilidade e escapar das operações militares sobre o terreno.

O ADF começou a campanha de violência em 1996 no distrito de Kasese, no oeste de Uganda, após o que se expandiu a várias zonas próximas à fronteira com a RDC.

Esta é uma das organizações armadas que continuam agindo no RDC após o desarmamento em novembro de 2014 do grupo rebelde M23, que chegou a controlar boa parte da região.

O nordeste do RDC está há anos imerso em um longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes, apesar da presença do Exército congolês e das forças da Missão das Nações Unidas no país (MONUSCO).

O Alto Comissariado das Nações ACNUR estima que atualmente há 5 milhões de congoleses deslocados, 675 mil nas nações vizinhas e 4,3 milhões no interior do país.