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Com política no DNA, premiê busca reeleição em meio a escândalos de corrupção

08/05/2018 20h03

Bangcoc, 8 mai (EFE).- Mohd Najib bin Tun Razak, que na próxima quarta-feira pretende conseguir um novo mandato como primeiro-ministro da Malásia, é um político ligado à classe dominante local que vai às urnas em meio a escândalos de corrupção.

A linhagem foi determinante na sua trajetória política, embora ele tente minimizar a importância de ser filho e sobrinho de chefes de governo: seu pai, Abdul Razak, foi o segundo primeiro-ministro da história do país, e seu tio, Hussein bin Onn, o terceiro.

Nascido no dia 23 de julho de 1953, na cidade de Kuala Lipis, no estado de Pahang, perto de Kuala Lumpur, Najib é o mais velho de cinco irmãos de uma família aristocrática e comprometida com a independência conseguida em 1957 pela ex-colônia britânica. Ele estudou no Instituto Saint John, de base cristã, em Kuala Lumpur, e depois no Reino Unido, no Malvern Boys College e na Universidade de Nottingham, onde em 1974 se formou em Economia.

Com o título em seu currículo, Najib retornou para a Malásia e trabalhou no mundo financeiro e empresarial até que seu pai, que tinha assumido em 1970 o posto de chefe do governo, morreu em 1976 de leucemia.

Cinco semanas depois, Najib tornou-se, aos 22 anos, o deputado mais jovem da história da Malásia, pelo partido liderado por seu pai, a Organização Nacional dos Malaios Unidos (UMNO), no poder desde a emancipação.

Depois de ocupar cargos em vários ministérios, em 1986 ele chefiou a pasta de Cultura, Juventude e Esportes, em 1991 a da Defesa, em 1995 a da Educação, e em 2004 foi nomeado vice-presidente, além de dividir este posto em 2008 com o de ministro das Finanças. Em 2009, foi eleito primeiro-ministro, e reeleito em 2013.

Os partidários destacam os esforços de Najib para modernizar a Malásia, e atribuem o sucesso das reformas estruturais que permitiram o crescimento econômico e desenvolvimento do país.

Já seus opositores apontam sua presença em um mar de contratos assinados pelo Estado e que foram altamente controversos, devido à suposta cobrança de comissões e tráfico de influência.

O escândalo explodiu em julho de 2015 quando o jornal "The Wall Street Journal" e o site "Sarawak Report" denunciaram o desvio de aproximadamente US$ 681 milhões do fundo 1Malaysia Development Berhad (1MDB) para contas privadas do premiê.

Najib, que presidiu o conselho de investimentos até 2016, negou as acusações e atribuiu a existência do dinheiro em suas contas a uma doação da família real da Arábia Saudita, enquanto a Justiça - cuja independência do poder político é periodicamente questionada -, não encontrou razão para levá-lo a julgamento.

Fã de golfe, o atual chefe de governo casou-se em 1976 com Kui Yie, com quem teve três filhos e de quem se divorciou em 1987, para se casar desta vez com Datin Seri Rosmah Mansor, com quem teve outros dois filhos.