Maior lavadouro ao ar livre da Índia enfrenta modernidade da máquina de lavar
Noemí Jabois.
Mumbai (Índia), 25 jun (EFE).- A maior lavanderia ao ar livre da Índia, no qual milhões de peças (de roupa) são lavadas à mão desde que foram construídos pelos britânicos no final do século XIX, enfrenta a modernidade com a chegada das máquinas de lavar.
Hotéis, fábricas, hospitais e até clientes individuais levam diariamente dezenas de milhares de peças de roupa ao famoso Dhobi Ghata da cidade de Mumbai, um labirinto de cubículos de pedra e cordas cheias de lençóis e camisas classificadas por cores.
Um homem introduz um pano cheio de sabão e produtos químicos na água de um dos lavadouros para depois esfregar efusivamente peça por peça, que serão, posteriormente, distribuídas aos clientes em carros de madeira ou em motocicletas nos casos mais urgentes.
A roupa que chega dos hospitais, frequentemente com manchas de sangue, são fervidas em grandes contêineres.
As entre 5 mil e 6 mil pessoas que trabalham em Dhobi Ghat pagam ao Governo pouco menos de US$ 4,5 mensais pelo aluguel de cada cubículo e ganham cerca da mesma quantidade diariamente cobrando US$ 0,30 por cada peça lavada, secada e passada.
Pelo local passa tanta roupa por dia que é necessário marcar cada peça com pequenas etiquetas ou marcas de giz, explicou à Agência Efe Sachin, um dos moradores de Dhobi Ghat, que também costumava trabalhar como guia para os turistas que chegam de vez em quando para admirar um dos maiores lavadouros ao ar livre do mundo.
No entanto, esta cena em breve deixará de existir, já que são muitos os trabalhadores, conhecidos como "dhobis", que começaram a comprar máquinas de lavar roupa e secadoras para facilitar o trabalho que antes era excessivamente pesado.
Há uma ou outra secadora industrial, mas a maioria é um simples aparelho que gira as roupas e as espremem para tirar o excesso de água, sem evitar que tenham que ser penduradas para terminarem de secar completamente.
"Era difícil lavar à mão, por isso compramos a máquina", disse à Agência Efe o "dhobi" Dinanath Kanaujia, que afirmou que o uso destes aparelhos também ajuda a preservar a roupa.
No entanto, acrescentou, o dinheiro que ganha é o mesmo de antes.
A apenas alguns passos, Manish Kumar, procedente do estado de Uttar Pradesh, como a maioria dos trabalhadores do lavadouro, observa sua moderna máquina de lavar roupa industrial.
Kumar relata orgulhoso que faz três anos que a comprou. É automática e funciona com um sistema de botões. É tão simples como colocar detergente em pó, sabão e produtos químicos, e pressionar o botão de ligar, explicou.
Agora, a Corporação Municipal de Mumbai prepara um plano para instalar máquinas de lavar roupa e áreas de secagem mecanizada em grande escala, um projeto que foi apresentado por diversos políticos.
"Por enquanto estamos com o planejamento", disse à Efe o subcomissário para Bombaim G/Sul, a cargo da região, Devendrakumar Jain.
O que já está em andamento é a eliminação dos barracos e imóveis "ilegais" que abarrotam o lavadouro.
Jain reconhece que o projeto, que já começou a ser implementado, não contempla nenhum plano para alocar os "dhobis" que ficaram sem casa.
Por isso, a ideia não satisfaz os trabalhadores deste grande centro de lavagem, que estão há três gerações vivendo nestas pequenas casas.
"Se não nos derem (uma alternativa), teremos que ir para outro lugar", concluiu o "dhobi" Santosh Kanaujia.
Mumbai (Índia), 25 jun (EFE).- A maior lavanderia ao ar livre da Índia, no qual milhões de peças (de roupa) são lavadas à mão desde que foram construídos pelos britânicos no final do século XIX, enfrenta a modernidade com a chegada das máquinas de lavar.
Hotéis, fábricas, hospitais e até clientes individuais levam diariamente dezenas de milhares de peças de roupa ao famoso Dhobi Ghata da cidade de Mumbai, um labirinto de cubículos de pedra e cordas cheias de lençóis e camisas classificadas por cores.
Um homem introduz um pano cheio de sabão e produtos químicos na água de um dos lavadouros para depois esfregar efusivamente peça por peça, que serão, posteriormente, distribuídas aos clientes em carros de madeira ou em motocicletas nos casos mais urgentes.
A roupa que chega dos hospitais, frequentemente com manchas de sangue, são fervidas em grandes contêineres.
As entre 5 mil e 6 mil pessoas que trabalham em Dhobi Ghat pagam ao Governo pouco menos de US$ 4,5 mensais pelo aluguel de cada cubículo e ganham cerca da mesma quantidade diariamente cobrando US$ 0,30 por cada peça lavada, secada e passada.
Pelo local passa tanta roupa por dia que é necessário marcar cada peça com pequenas etiquetas ou marcas de giz, explicou à Agência Efe Sachin, um dos moradores de Dhobi Ghat, que também costumava trabalhar como guia para os turistas que chegam de vez em quando para admirar um dos maiores lavadouros ao ar livre do mundo.
No entanto, esta cena em breve deixará de existir, já que são muitos os trabalhadores, conhecidos como "dhobis", que começaram a comprar máquinas de lavar roupa e secadoras para facilitar o trabalho que antes era excessivamente pesado.
Há uma ou outra secadora industrial, mas a maioria é um simples aparelho que gira as roupas e as espremem para tirar o excesso de água, sem evitar que tenham que ser penduradas para terminarem de secar completamente.
"Era difícil lavar à mão, por isso compramos a máquina", disse à Agência Efe o "dhobi" Dinanath Kanaujia, que afirmou que o uso destes aparelhos também ajuda a preservar a roupa.
No entanto, acrescentou, o dinheiro que ganha é o mesmo de antes.
A apenas alguns passos, Manish Kumar, procedente do estado de Uttar Pradesh, como a maioria dos trabalhadores do lavadouro, observa sua moderna máquina de lavar roupa industrial.
Kumar relata orgulhoso que faz três anos que a comprou. É automática e funciona com um sistema de botões. É tão simples como colocar detergente em pó, sabão e produtos químicos, e pressionar o botão de ligar, explicou.
Agora, a Corporação Municipal de Mumbai prepara um plano para instalar máquinas de lavar roupa e áreas de secagem mecanizada em grande escala, um projeto que foi apresentado por diversos políticos.
"Por enquanto estamos com o planejamento", disse à Efe o subcomissário para Bombaim G/Sul, a cargo da região, Devendrakumar Jain.
O que já está em andamento é a eliminação dos barracos e imóveis "ilegais" que abarrotam o lavadouro.
Jain reconhece que o projeto, que já começou a ser implementado, não contempla nenhum plano para alocar os "dhobis" que ficaram sem casa.
Por isso, a ideia não satisfaz os trabalhadores deste grande centro de lavagem, que estão há três gerações vivendo nestas pequenas casas.
"Se não nos derem (uma alternativa), teremos que ir para outro lugar", concluiu o "dhobi" Santosh Kanaujia.
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