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Sobe para 12 o nº de congoleses mortos por soldados de Uganda na fronteira

10/07/2018 11h29

Kinshasa, 10 jul (EFE).- O número de pescadores da República Democrática (RD) do Congo mortos no último fim de semana por soldados de Uganda em águas do Lago Eduardo, que fica na fronteira entre os dois países, passou de sete para 12, confirmaram nesta terça-feira à Agência Efe as autoridades locais.

"Os corpos de cinco pescadores foram recuperados depois que foram encontrados flutuando no lago na margem congolesa", indicou o vice-governador da província de Kivu do Norte, Hope Sabini, em cuja região fica o trecho do lago pertencente à RD do Congo.

O exército de Uganda atacou no sábado os congoleses quando estes estavam pescando, o que, além das 12 mortes, deixou mais de 20 desaparecidos, segundo o governador.

O governo local afirma que os assassinatos são uma "represália" pelo enfrentamento na última quinta-feira entre militares dos dois países, que resultou na morte de quatro soldados e três civis de Uganda.

"São represálias que vão custar caro ao exército ugandense, que dispararam à queima-roupa em nossos pescadores", disse Sabini em uma conversa telefônica com a Agência Efe.

Uma delegação da RD do Congo se deslocou hoje para a capital de Uganda, Campala, segundo o vice-governador, para conversar com as autoridades do país vizinho sobre os últimos acontecimentos, que poderiam representar um problema para as relações diplomáticas bilaterais.

As relações diplomáticas entre RD do Congo e Uganda sofreram altos e baixos durante a última década, como a crise vivida no fim de 2012, quando um relatório publicado pela ONU acusou o governo ugandense de oferecer refúgio aos rebeldes congoleses do já dissolvido Movimento 23 de Março (M23).

As águas do Lago Eduardo carecem de uma demarcação fronteiriça clara, por isso nenhuma das duas partes soube se estava invadindo território estrangeiro no incidente de quinta-feira.

A RD do Congo está imersa em um frágil processo de paz após a Segunda Guerra do Congo (1998-2003), na qual se envolveram vários países africanos, entre eles Uganda.