Argélia expulsa 391 imigrantes do país e os envia para o deserto de Níger
A Argélia expulsou 391 imigrantes através da fronteira sul do país e as enviou ao deserto de Níger em precárias condições, informou neste domingo (15) a Organização Internacional das Migrações (OIM).
Segundo o órgão, os expulsos, nascidos em países da África Subsaariana, foram detidos pelas autoridades argelinas em diferentes cidades do país e levados para a fronteira sul.
"Todos chegaram na sexta-feira (13) à cidade de Amssaka após atravessar o deserto. A maioria deles trabalhava na Argélia de maneira irregular. Foram detidos e levados em caminhões até In Guezzam, uma passagem na fronteira, sendo obrigados a atravessá-la a pé com muito pouca água e alimentos. Há várias crianças e algumas mulheres grávidas", explicou a organização em comunicado.
A notícia da nova deportação, que não foi confirmada nem desmentida pelas autoridades argelinas, coincidiu com a sexta reunião do Comitê Bilateral entre Argélia e Níger. O encontro visa discutir exatamente assuntos da fronteira entre os dois países.
O ministro do Interior da Argélia, Noureddin Bedoui, disse antes da reunião que o país não aceitará a abertura de centros de detenção transitórios propostos por diferentes governos europeus e que lutará contra a imigração com suas próprias políticas.
Por outro lado, o governo de Níger abriu um escritório para colaborar com a OIM em um programa de gestão voluntária de repatriação de imigrantes da África Subsaariana.
Organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, denunciaram o "tratamento desumano" que o governo argelino dá a milhares de homens, mulheres e crianças imigrantes.
"Desde janeiro, a Argélia expulsou milhares de homens, mulheres e crianças para Níger e Mali em condições desumanas. E, em muitos casos, sem considerar seu status legal na Argélia ou o grau de vulnerabilidade individual", disse a HRW em comunicado.
A organização pediu que o governo da Argélia pare de expulsar pessoas de forma arbitrária e sumária, sugerindo a criação de um sistema de alocação equitativa e legal dos imigrantes no país.
Em um relatório apresentado em fevereiro, a Anistia Internacional ressaltou que mais de 6,5 mil imigrantes procedentes da África Subsaariana foram vítimas de prisões arbitrárias e expulsões forçadas no ano passado.
Bedoui reconheceu em maio que o país expulsou 27 mil imigrantes nos últimos três anos, mas afirmou que todos tiveram seus direitos humanos respeitados pelo governo.
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