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Familiares de chineses do MH370 rejeitam relatório sobre desaparecimento

30/07/2018 08h38

Pequim, 30 jul (EFE).- Familiares de passageiros chineses do voo MH370 rejeitaram nesta segunda-feira o relatório divulgado pelas autoridades da Malásia, ao considerar que há informações que permanecem escondidas pelas autoridades desse país e que os ocupantes seguem vivos.

"Isto é uma conspiração política", afirmou abertamente à Agência Efe Zhang Yongli, cuja filha foi um dos 239 desaparecidos nesse voo entre Kuala Lumpur e Pequim, e que supostamente morreu em 2014 sem que tenham sido achados os seus restos.

"O relatório é sobre o processo de busca, mas não fala das pessoas e nem do avião, e não queremos conhecer o processo de busca, só queremos saber onde estão nossos parentes", insistiu este homem.

Zhang Meiling, uma mulher que perdeu a filha e o genro nesse desaparecimento, concorda com a teoria da conspiração. "Não sabemos o que o Governo da Malásia está escondendo ou para quem", assegurou à Efe.

"Estou zangada com o Governo da China porque em mais de quatro anos, não há uma autêntica informação", acrescentou, antes de apontar seu convencimento de que os desaparecidos estão vivos. "Certamente", disse.

Com isso também concorda Zhang Yongli, que se mostra seguro que os passageiros do avião "devem estar presos" e que "várias partes estão envolvidas, não só a Malásia", por isso que seu único pedido é que os libertem.

Este homem afirma que os parentes terão reuniões com a companhia aérea e com as autoridades malaias em 3 de agosto em Pequim.

Também disse que alguns parentes tentaram se manifestar hoje diante da sede do Ministério chinês de Exteriores, mas os policiais os impediram de prosseguir com o deslocamento.

Um total de 153 dos 239 ocupantes do avião desaparecido em 8 de março de 2014 sobre o Oceano Índico eram chineses, pelo qual para grupos de familiares e o Governo de Pequim tiveram sempre uma voz importante neste processo.

O relatório divulgado hoje na Malásia não esclarece as causas do desaparecimento do avião, Boeing 777-200, embora não exclui a participação de terceiras pessoas.

O chefe da investigação oficial, o malaio Kok Soo Chon, apontou em conferência de imprensa em seu país que o avião mudou de rumo de forma manual, mas que não há provas para poder determinar a razão.

"A mudança de rumo não se deveu a anomalias do sistema mecânico. Foi feita de maneira manual e não com o piloto automático", pelo que "não podemos excluir a participação de uma terceira parte", disse Kok.

Um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, destacou hoje em Pequim de forma cautelosa a cooperação do Governo chinês com as autoridades malaias na pesquisa do avião.

"Sempre seguidos de perto o trabalho relacionado com o processo de resgate. Esperamos que todas as partes envolvidas mantenham uma cooperação e comunicação estreita para assegurar a continuação do trabalho", apontou Geng neste sentido.