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Maduro assume "responsabilidade" por crise econômica da Venezuela

Nicolas Maduro apresenta uma cédula da nova moeda da Venezuela, o Bolivar Soberano - Miraflores Palace/Handout via Reuters
Nicolas Maduro apresenta uma cédula da nova moeda da Venezuela, o Bolivar Soberano Imagem: Miraflores Palace/Handout via Reuters

31/07/2018 00h17

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu nesta segunda-feira sua "responsabilidade" na grave crise econômica que aflige o país e estimou precisar de dois anos para "conseguir" uma recuperação com "alto nível de estabilidade".

"Os modelos produtivos que testamos até agora fracassaram, e a responsabilidade é nossa, é minha. Precisamos levar a diante o poder econômico que temos", disse Maduro, em uma sessão de trabalho do IV congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Apesar de sua enorme riqueza em recursos, a Venezuela atravessa uma severa crise econômica, resultando em uma escassez de alimentos básicos e remédios, má prestação dos serviços públicos e uma altíssima inflação que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima fechará em 1.000.000% neste ano.

Com frequência, o governo venezuelano atribui o fraco desempenho da sua economia a uma "guerra" liderada pelos Estados Unidos junto a fatores de oposição interna e da região, mas hoje o próprio Maduro pediu aos seus ministros que troquem as desculpas por resultados.

Para enfrentar a crise, o presidente venezuelano anunciou na semana passada uma série de medidas que incluem retirar cinco zeros das notas de bolívar, rever as mudanças na lei, efetuar o censo da frota para promover o "uso racional" da gasolina e aumentar os impostos para importação de bens de capital.

Maduro disse hoje que deste programa de recuperação, que estima mostrar "os primeiros sinais da nova prosperidade" em dois anos, existem "muitas coisas" que deve "ir administrando", mas pediu o apoio do partido para divulgar informações sobre as comunidades.

Analistas consultados pela Agência Efe disseram na semana passada que o plano de recuperação de Maduro é "insuficiente", entre outras coisas, por não contar com ajuda financeira internacional.

No entanto, o presidente insistiu hoje que a "Venezuela tem tudo para ser uma potência média no contexto latino-americano" e ratificou que seu governo tem como meta elevar a produção de petróleo, motor da economia da nação, para seis milhões de barris por dia.

Segundo o último relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), elaborado a partir de fontes secundárias, a Venezuela bombeia apenas 1,39 milhão de barris diários.

Mas o país disse em meados do mês que sua produção média durante o primeiro semestre de 2018 foi de 1.570.000 barris por dia e que conseguiu "parar o declínio" no bombeamento.