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Justiça argentina prende 12 empresários e ex-funcionários dos governos Kirchner por propinas

Cristina Kirchner foi intimada a depor como acusada no próximo dia 13 - Xinhua/Osvaldo Fanton/TELAM
Cristina Kirchner foi intimada a depor como acusada no próximo dia 13 Imagem: Xinhua/Osvaldo Fanton/TELAM

Em Buenos Aires

01/08/2018 15h19

As investigações de uma rede de pagamentos de propina em licitações de obras públicas levaram à prisão de 12 pessoas nesta quarta-feira (1º) na Argentina, entre elas empresários e ex-funcionários dos governos de Cristina e Néstor Kirchner, que comandaram o país entre 2003 e 2015.

O chefe da Polícia Federal da Argentina (PFA), Néstor Roncaglia, disse que o caso está sob segredo de Justiça. Os agentes começaram a operação na madrugada.

"Estamos trabalhando desde a madrugada com as diferentes operações de busca. Entre ontem e hoje, 12 pessoas foram presas, entre elas ex-funcionários públicos e empresários", disse.

As ordens de prisão foram decretadas pelo juiz Claudio Bonadio, responsável por várias investigações envolvendo o governo da ex-presidente Cristina Kirchner. Ela, inclusive, foi intimada a depor como acusada no próximo dia 13 de agosto.

Os agentes apreenderam milhares de dólares e de euros nas operações, além de 14 carros de vários dos presos. Os valores não foram revelados pela Polícia Federal.

Entre os presos está Roberto Baratta, ex-subsecretário de Coordenação e Controle de Gestão do Ministério de Planejamento Federal durante os governos de Néstor e Cristina. O órgão reunia áreas como obras públicas e políticas de energia e habitação.

O promotor do caso, Carlos Stornelli, informou que todos são investigados por formação de quadrilha. O caso foi inicialmente revelado pelo jornal "La Nación", que apontou um esquema de pagamento de propinas por empresários a integrantes do governo.

Segundo o "La Nación", um motorista de Baratta, também preso, tinha uma caderneta com detalhes dos supostos pagamentos de propina e para quem o dinheiro foi enviado. Outras pessoas participavam do esquema de distribuição de verba entre os ex-funcionários públicos.

Um dos empresários detidos é Héctor Sánchez Caballero, da construtora Iecsa, que era de Álgelo Calcaterra, primo do atual presidente da Argentina, Mauricio Macri.