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Alexei Navalny é condenado a 30 dias de prisão por protesto não autorizado

27/08/2018 12h46

Moscou, 27 ago (EFE).- O líder opositor russo Alexei Navalny foi condenado nesta segunda-feira a 30 dias de prisão por organizar no começo do ano um protesto não autorizado contra o Kremlin.

Navalny, que já cumpriu um mês de detenção em maio por se manifestar contra a posse do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi detido no último sábado e sentenciado hoje por reincidência em infringir o regulamento de convocação de atos públicos.

O tribunal acusou o opositor não só de organizar, mas também de participar de um ato que acabou se transformando em uma grande marcha a favor do boicote das eleições presidenciais de março, nas quais Putin foi reeleito para um quarto mandato presidencial.

Na ocasião, Navalni, que convocou o boicote depois de ter sido privado de apresentar sua candidatura nas eleições presidenciais por ter antecedentes criminais, foi detido, mas colocado em liberdade horas depois.

Milhares de pessoas participaram de tal protesto nas principais cidades do país, mas ao contrário de outras ocasiões, não houve detenções maciças.

Durante a audiência judicial de hoje, o opositor denunciou que o único objetivo da sua condenação era impedi-lo de participar dos preparativos do protesto nacional em 9 de setembro contra a reforma da previdência, projeto do governo que é rejeitado por quase 90% da população, segundo as pesquisas.

O Ministério da Justiça da Rússia se negou hoje também a registrar o Partido do Futuro, a nova legenda de Navalny, que antecipou que recorrerá da decisão.

O opositor afirmou em um vídeo que publicou em seu site que o Kremlin e Putin têm medo dele, já que, se conseguir se candidatar nas próximas eleições legislativas, entraria na Duma (a câmara baixa do Parlamento russo) e criaria uma comissão parlamentar para investigar a corrupção do partido governista, o Rússia Unida.

"Por isso, Putin não me deixa concorrer nas eleições e proíbe que o meu partido seja registrado", apontou Navalny, que acrescentou que a "única chance de influir no poder" é organizar manifestações contra o governo.