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Manifestantes neonazistas marcham na Alemanha após distúrbios de domingo

27/08/2018 16h42

Berlim, 27 ago (EFE).- Até 2 mil neonazistas, segundo a televisão pública regional "Mdr", iniciaram nesta segunda-feira uma marcha em Chemnitz (leste da Alemanha), após os distúrbios registrados no domingo na cidade, onde 800 pessoas foram às ruas para "caçar" imigrantes como reação à morte de um alemão em uma briga.

A passeata neonazista tinha saído da praça Karl Marx, ponto emblemático de tal cidade, onde também tinha sido convocada uma concentração contra a xenofobia, que reuniu mil manifestantes.

As autoridades locais tinham desdobrado um forte contingente policial para evitar que as manifestações contrárias se encontrassem.

O ambiente era muito tenso, entre gritos hostis de ambos os lados, alguns lançamentos de garrafas e objetos pirotécnicos para a manifestação contrária.

O estopim da situação é a morte, no domingo, de um cidadão alemão de 35 anos - de origem cubana, segundo informações de vários veículos de imprensa -, após uma briga em uma festa popular.

A discussão envolveu várias outras pessoas, de diversas nacionalidades, entre elas um sírio e um iraquiano, de 23 e 22 anos, respectivamente, detidos hoje como supostos autores da morte a facadas do homem.

Segundo a porta-voz da polícia, Sonja Penzel, após esse incidente houve uma mobilização através das redes sociais de neonazistas para "mostrar aos estrangeiros quem manda aqui".

Entre os 800 manifestantes concentrados havia um grupo de cerca de 50 neonazistas identificados pelas forças policiais como "violentos", indicou Sonja, que "comandaram" os demais, enquanto ignoravam as ordens das forças policiais enviadas ao local.

Foram reportadas de três agressões ou situações de assédio contra estrangeiros - um afegão, um sírio e um búlgaro - em pontos diferentes da cidade e nos três casos contra pessoas que se encontraram de forma casual com os radicais.

A polícia local reforçou nesta segunda-feira seus dispositivos diante de duas concentrações diferentes junto à estátua de Karl Marx (símbolo de Chemnitz, que nos tempos da Alemanha comunista se chamou Marx Stadt), uma contra a xenofobia e outra de cunho neonazista, convocadas através das redes.

Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, condenou nesta segunda-feira qualquer tipo de "assédio" contra estrangeiros e declarou que "na Alemanha não há espaço para que se faça justiça com as próprias mãos, para grupos que querem propagar o ódio nas ruas, para a intolerância e para o extremismo".