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Islamitas paquistaneses exigem romper relações com Holanda por caricaturas

29/08/2018 13h01

Islamabad, 29 ago (EFE).- Milhares de simpatizantes do partido islamita Tehreek-e-Labbaik Pakistan iniciaram nesta quarta-feira uma marcha de Lahore, no leste do Paquistão, até a capital Islamabad para exigir o rompimento das relações diplomáticas com a Holanda, depois que um parlamentar do país europeu propôs um concurso de caricaturas do profeta Maomé.

O comboio, formado por 300 ônibus e caminhões e dezenas de veículos pequenos, se move lentamente por causa de sua dimensão e pretende chegar amanhã à capital paquistanesa, onde o grupo protagonizará um grande protesto sentado, explicou à Agência Efe um porta-voz do partido, Zubair Ahmed.

Milhares de participantes tomarão posições em um lugar que ainda será determinado na capital e não se moverão "até que suas reivindicações sejam cumpridas", indicou a fonte.

"Nossa reivindicação é que o Paquistão expulse o embaixador da Holanda, chame para consultas nosso embaixador e corte as relações diplomáticas com o governo holandês", afirmou Ahmed, que acrescentou que os manifestantes também querem um "boicote" aos produtos procedentes do país europeu.

Por parte do governo, o ministro de Relações Exteriores paquistanês, Makhdoom Shah Mahmood Qureshi, falou com seu equivalente holandês, Stef Blok, e lhe transferiu sua preocupação com o anúncio de uma competição "abominável e sacrílega" que propaga o "ódio e a intolerância".

O concurso de caricaturas do profeta Maomé foi proposto pelo parlamentar e líder do Partido pela Liberdade, Geert Wilders, de extrema-direita que, segundo Blok, foi um ato "individual" sem vínculos com o governo holandês, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores paquistanês.

Também no vizinho Afeganistão o caso gerou críticas do Executivo, que considerou o concurso um "ato desumano" que vai contra os padrões morais, os direitos humanos e a liberdade de expressão, segundo declarou hoje o Ministério das Relações Exteriores afegão.

"Não é só uma fonte de profunda ofensa para o povo e o governo do Afeganistão, mas também ofendeu os sentimentos de todos os muçulmanos do mundo", escreveu o ministério afegão em comunicado.