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Rússia acusa Ucrânia da morte do líder dos separatistas em Donetsk

31/08/2018 15h34

Moscou, 31 ago (EFE).- A Rússia acusou nesta sexta-feira o governo da Ucrânia do atentado com bomba no qual morreu o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), Aleksandr Zakharchenko.

"Há fundamentos para pensar que, por trás desse assassinato está o regime de Kiev, que em mais de uma ocasião lançou mão de métodos similares para se desfazer dos que discordam", disse aos jornalistas a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

Zakharchenko, considerado o homem forte do Kremlin no leste da Ucrânia, morreu hoje em um atentado a bomba contra a cafeteria "Separ" (Separatista, no jargão das forças ucranianas) na qual se encontrava, a poucos metros de sua residência.

"A comunidade internacional deve exigir (...) e supervisionar uma investigação imparcial deste crime, cometido à vista de cidadãos pacíficos", afirmou Zakharova.

A diplomata russa acusou o governo ucraniano de apostar pelo "roteiro do terrorismo, ao invés de cumprir com os Acordos de Minsk (para a paz no leste da Ucrânia) e buscar caminhos de solução para o conflito".

"Após descumprir com a promessa da paz, decidiram dar passagem para um massacre sangrento", assinalou Zakharova.

As autoridades ucranianas não demoraram a dar sua própria versão do assassinato de Zakharchenko, que dirigia o grande bastião dos separatistas pró-Rússia há quatro anos, praticamente desde o princípio do levante no leste da Ucrânia em abril de 2014.

"A morte de Zakharchenko pode ser resultado de conflitos criminais entre os milicianos, em primeiro lugar relacionado com a distribuição dos negócios. Também não descartamos a tentativa do serviço de inteligência da Rússia de eliminar uma figura tão odiosa", disse a uma emissora de televisão local Igor Guskov, integrante do alto escalão do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano).

A porta-voz do SBU, Elena Guitlianskaya, garantiu que Zakharchenko foi vítima de "guerras fratricidas" entre as facções que controlam os territórios rebeldes do leste ucraniano.

Fontes das forças de segurança da RPD revelaram às agências russas que o líder separatista morreu devido a um grave ferimento na cabeça.

No atentado também ficaram feridas outras três pessoas, entre elas o chamado ministro de Finanças do território rebelde, Aleksandr Timofeyev.

A "Agência de Notícias de Donetsk", veículo de informação dos separatistas, informou que várias pessoas foram detidas acusadas de envolvimento com o atentado.