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República de Maurício pede perante CIJ a completa "descolonização" britânica

03/09/2018 08h19

Haia, 3 sep (EFE).- A República de Maurício pediu nesta segunda-feira à Corte Internacional de Justiça (CIJ) a completa "descolonização" britânica em Chagos, um arquipélago localizado no Oceano Índico cuja ilha principal aloja uma base militar americana, e que permita que seus antigos habitantes retornem para sua terra natal.

O ministro de Defesa das Ilhas Mauricio, Anerood Jufnauth, que negociou a independência de seu país nos anos 60, denunciou que Londres "ameaçou" não concedê-la se não concordasse com a divisão do arquipélago.

"A escolha que tivemos que fazer foi dura, pois tivemos que aceitar a separação (de Chagos) de qualquer forma", disse o ministro, que denunciou pressões por parte de Londres "em reuniões secretas" com alguns representantes da ilha.

"O único propósito era estabelecer a base militar de Diego García, a maior ilha do arquipélago", disse Jugnauth, de onde os britânicos expulsaram toda sua população, cerca de 1,5 mil pessoas.

As ilhas Mauricio querem organizar um programa para devolver os antigos habitantes de Chagos que desejam retornar à terra natal, mas Londres se opõe.

Um pequeno grupo de pessoas se concentrou perante a CIJ para protestar contra essa proibição.

"Fomos ignorados durante 50 anos, queremos que o mundo saiba sobre nossa história. Alguns estão esperando nossa morte e que nossa luta caia no esquecimento", disse à Agência Efe Isabelle Charlot, original da ilha e cujo pai, ainda vivo, nasceu em Chagos.

O Reino Unido considera este grupo de ilhas "Território Britânico do Oceano Índico" e argumenta que Mauricio aceitou, no momento de sua independência, a divisão do arquipélago.

Os britânicos disseram considerar a possibilidade de devolver Chagos a Mauricio, mas somente quando não for mais necessário para seus fins de defesa, sem especificar uma data concreta.

O Reino Unido chegou a um acordo nos anos 60 com os Estados Unidos para alugar a ilha de Diego García, onde os americanos construíram uma base militar que dá cobertura a operações em países como Afeganistão e Iraque.

A CIJ dará em um futuro próximo um parecer consultivo e não vinculativo sobre a disputa.

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