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Congresso espanhol se nega a suspender venda de armas para Arábia Saudita

23/10/2018 16h33

Madri, 23 out (EFE).- O Congresso da Espanha rejeitou nesta terça-feira suspender a venda de armas para o governo da Arábia Saudita em plena polêmica que surgiu após o assassinato do jornalista opositor Jamal Khashoggi.

A ideia de interromper os contratos era uma proposta da formação de esquerda Unidos Podemos e dos partidos independentistas catalães, que consideram que é preciso colocar os direitos humanos na frente dos negócios. No entanto, a proposta foi rejeitada na Comissão de Defesa do Congresso com os votos do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), no governo, e do Partido Popular (PP - centro-direita), o principal na oposição, além das abstenção de Ciudadanos (liberais) e dos nacionalistas bascos do PNV.

"A Espanha é um país que cumpre com os seus contratos e a decisão de suspender a venda de armas à Arábia Saudita deve ser coletiva de toda a União Europeia" (UE), argumentou o Psoe sobre o acordo feito, há alguns meses, entre Espanha e Arábia Saudita para a construção de cinco navios militares nos estaleiros espanhóis.

Tal acordo, estimado e 1,80 bilhão de euros, significaria a criação de 6 mil empregos diretos e indiretos, através do estaleiro Navantia, de propriedade pública e localizado na província de Cádiz (sul), uma das regiões da Espanha com a maior taxa de desemprego.

O debate no Congresso chegou ao auge após o anúncio da Alemanha de paralisar o envio de armas a Riad, em protesto pela morte do jornalista saudita no consulado de seu país em Istambul, na Turquia. O presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, irá amanhã à Câmara Baixa para explicar a posição da Espanha no tema.