Guarda Costeira da Líbia desembarca à força 77 migrantes resgatados
Túnis, 21 nov (EFE).- A Guarda Costeira da Líbia desembarcou na noite de terça-feira à força 77 migrantes resgatados por uma embarcação de bandeira panamenha no Mediterrâneo e que se negavam a deixar o barco no porto de Misrata por medo de serem torturados nos centros de detenção da Líbia.
"Unidades líbias armadas entraram na embarcação e tiraram os migrantes à força. Houve enfrentamentos e inclusive lançamento de gás lacrimogêneo. Alguns ficaram feridos", disse à Agência Efe um testemunha em Misrata.
Fontes de Segurança explicaram que os migrantes foram transferidos ontem à noite a esses centros de reclusão apesar da reivindicação de organizações como a Anistia Internacional (AI), que advertiram que suporia uma nova violação dos direitos humanos.
A coordenadora humanitária da ONU para Líbia, Maria Ribeiro, denunciou o ataque à embarcação em comunicado divulgado nas redes sociais.
"A comunidade humanitária está triste por como ocorreram os fatos. Os refugiados e migrantes que estavam a bordo procediam de Etiópia, Eritréia, Sudão do Sul, Paquistão, Bangladesh e Somália", afirmou.
"Não querer deixar um navio relativamente seguro que lhes tinha recuperado do perigo no mar é uma reação compreensível. É impugnável que os esforços de mediação não tenham permitido uma solução pacífica", ressaltou.
Em 16 de outubro, a AI pediu às autoridades europeias e panamenhas que evitassem que os migrantes, entre os quais havia vários menores, fossem levados à força a um país que não é considerado um porto seguro.
A organização advertiu, além disso, que o fato de o cargueiro "Nivin" ter sido obrigado a navegar rumo à Líbia após realizar o resgate supunha uma violação da lei internacional, que impede o desembarque de pessoas em países onde não são respeitados os direitos humanos.
"O protesto a bordo do navio agora atracado em Misrata é uma clara amostra das horríveis condições às quais fazem frente os migrantes e solicitantes de asilo nos centros de detenção da Líbia", afirmou Heba Morayef, diretora da AI no Oriente Médio e norte da África.
"Os governos europeus e o panamenho devem trabalhar com as autoridades líbias e encontrar uma solução para estar pessoas que garanta que não vão ser detidas de forma indefinida na Líbia, onde é praticada a tortura", alertou.
Os migrantes, um total de 91, foram resgatados em 9 de novembro quando navegavam à deriva em um bote precário que tinha saído do litoral da Líbia com a intenção de chegar à Itália.
Após chegar ao porto da cidade estado de Misrata, 14 deles aceitaram desembarcar, mas o resto se negou, assegurando que preferiam "morrer a bordo" do que voltar a um país onde asseguravam que já tinham sofrido torturas.
"Unidades líbias armadas entraram na embarcação e tiraram os migrantes à força. Houve enfrentamentos e inclusive lançamento de gás lacrimogêneo. Alguns ficaram feridos", disse à Agência Efe um testemunha em Misrata.
Fontes de Segurança explicaram que os migrantes foram transferidos ontem à noite a esses centros de reclusão apesar da reivindicação de organizações como a Anistia Internacional (AI), que advertiram que suporia uma nova violação dos direitos humanos.
A coordenadora humanitária da ONU para Líbia, Maria Ribeiro, denunciou o ataque à embarcação em comunicado divulgado nas redes sociais.
"A comunidade humanitária está triste por como ocorreram os fatos. Os refugiados e migrantes que estavam a bordo procediam de Etiópia, Eritréia, Sudão do Sul, Paquistão, Bangladesh e Somália", afirmou.
"Não querer deixar um navio relativamente seguro que lhes tinha recuperado do perigo no mar é uma reação compreensível. É impugnável que os esforços de mediação não tenham permitido uma solução pacífica", ressaltou.
Em 16 de outubro, a AI pediu às autoridades europeias e panamenhas que evitassem que os migrantes, entre os quais havia vários menores, fossem levados à força a um país que não é considerado um porto seguro.
A organização advertiu, além disso, que o fato de o cargueiro "Nivin" ter sido obrigado a navegar rumo à Líbia após realizar o resgate supunha uma violação da lei internacional, que impede o desembarque de pessoas em países onde não são respeitados os direitos humanos.
"O protesto a bordo do navio agora atracado em Misrata é uma clara amostra das horríveis condições às quais fazem frente os migrantes e solicitantes de asilo nos centros de detenção da Líbia", afirmou Heba Morayef, diretora da AI no Oriente Médio e norte da África.
"Os governos europeus e o panamenho devem trabalhar com as autoridades líbias e encontrar uma solução para estar pessoas que garanta que não vão ser detidas de forma indefinida na Líbia, onde é praticada a tortura", alertou.
Os migrantes, um total de 91, foram resgatados em 9 de novembro quando navegavam à deriva em um bote precário que tinha saído do litoral da Líbia com a intenção de chegar à Itália.
Após chegar ao porto da cidade estado de Misrata, 14 deles aceitaram desembarcar, mas o resto se negou, assegurando que preferiam "morrer a bordo" do que voltar a um país onde asseguravam que já tinham sofrido torturas.
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