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Ultimato dos EUA à Rússia visa gerar tensão, argumenta Kremlin

05/12/2018 10h59

Moscou, 5 dez (EFE).- O ultimato dado pelos Estados Unidos à Rússia para que cumpra o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) busca "gerar tensão à situação", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

"Vimos declarações de diversas partes, inclusive as da chefia da Otan. Sem dúvida, se trata de gerar tensão à situação", disse Peskov à imprensa ao comentar o ultimato americano, que dá 60 dias à Rússia para que volte a cumprir de maneira plena e verificável o INF.

O governo americano anunciou que, caso a exigência não seja cumprida, ao término desse prazo os EUA abandonarão o tratado, considerado fundamental para o desarmamento nuclear.

"Há muita manipulação de fatos, e com esses 'fatos' tentam ocultar o verdadeiro objetivo dos Estados Unidos, que é abandonar o INF", ressaltou o porta-voz da presidência russa.

Pouco antes, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou como "infundadas" as acusações das supostas violações russas ao INF.

O chefe do Estado Maior Geral das Forças Armadas da Rússia, general Valery Gerasimov, alertou que os planos dos EUA de abandonarem o tratado "complicam significativamente" o controle de armas.

"Consideramos que se trata de um passo muito perigoso, capaz de influenciar negativamente não só na segurança europeia, mas também na estabilidade estratégica em geral", disse Gerasimov, citado por veículos de imprensa russos, em reunião com militares estrangeiros credenciados em Moscou.