Rebeldes chadianos atacam quartel de Hafter no sudoeste da Líbia
Trípoli, 27 dez (EFE).- O quartel militar da "Décima Brigada" dirigida pelo marechal Khalifa Hafter, homem forte do leste da Líbia, foi atacado nesta quinta-feira por supostos rebeldes da oposição chadiana, incidente que deixou vários mortos e feridos, informou à Agência Efe uma fonte de segurança da brigada.
O ataque aconteceu na cidade de Traghan, no sudoeste do país, mas a fonte não informou o número exato de vítimas.
As milícias do sul da Líbia esperam a ajuda prometida tanto pelo governo apoiado pela ONU quanto pelo marechal para expulsar às forças rebeldes chadianas e sudanesas que entraram no país em 2011 aproveitando a revolta rebelde que alcançaria, com o apoio militar da Otan, derrubar ao ditador Muammar Kadhafi.
Do Chade entraram unidades do opositor Frente para a Alternância e a Concordia do Chade e do Sudão chegaram guerrilheiros do Movimento por Justiça e Igualdade e do Exército de Libertação do Sudão, que há mais de 40 anos lutam pela independência de Darfur.
Decidido a se apropriar da região do sul, chave para o controle da Líbia, Hafter anunciou em outubro deste ano o início de uma grande operação militar na área. Relatórios da ONU apontam que os dois grupos do Sudão têm apoio estratégico, logístico e de armamento do marechal.
Khalifa Hafter, um antigo membro da cúpula militar que levou Kadhafi ao poder, domina o leste da Líbia e os seus principais recursos petroleiros. A falta de mais poder econômico e força militar estão impedindo que ele entre em Trípoli, domine o oeste e acabe com a resistência da cidade-estado de Misrata, que apoia às forças chadianas no sul.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil. Atualmente, existem três focos de poder: um governo apoiado pela ONU em Trípoli, um Parlamento na cidade de Tobruk sob o comando de Hafter, e as cidades-estado de Zintan e Misrata, onde fica o principal porto comercial do país. A isso se unem centenas de milícias, grupos jihadistas e redes de contrabando de pessoas, combustível, armas e até alimentos, que definem e controlam a economia do país. EFE
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