ONU pede que a A. Latina reprove a violência contra imigrantes venezuelanos
A ONU pediu nesta segunda-feira (28) aos países e sociedades da América Latina que receberam venezuelanos que respondam com uma mensagem de "rejeição forte e clara" à violência física e verbal, e também às ameaças que estes imigrantes estão sofrendo.
O representante especial das agências da ONU a cargo da situação de imigrantes e refugiados, Eduardo Stein, alertou em uma declaração sobre o risco que se estendam contra os cidadãos venezuelanos o racismo, a misoginia e a xenofobia.
Stein denunciou "ações violentas, ataques físicos e verbais e ameaças contra cidadãos venezuelanos em alguns países da região", o que, na sua opinião, trata-se, por enquanto, de "casos isolados e não representativos, mas extremamente preocupantes".
O diplomata, ex-ministro das Relações Exteriores da Guatemala e agora representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na crise migratória venezuelana, disse que os veículos de imprensa e usuários das redes sociais devem "condenar" a incitação e as atitudes xenofóbicas contra os venezuelanos.
"O racismo, a misoginia e a xenofobia não têm lugar em nossos países e devem ser firmemente condenados", ressaltou Stein, antes de acrescentar que "os líderes políticos e de opinião (na região latino-americana) devem fazer chamados à paz, à justiça, à calma e à contenção".
Em sua declaração, Stein ressaltou que a OIM e o Acnur continuarão apoiando os esforços dos governos e das sociedades civis da América Latina para atender às necessidades mais urgentes dos deslocados.
O diplomata também afirmou que, apesar dos surtos de xenofobia, a reação dos países latino-americanos para com os deslocados venezuelanos foi, em geral, "exemplar", e lembrou que "no passado, a Venezuela também abriu suas portas para um grande número de migrantes e refugiados da região".
"A América Latina deve permanecer fiel à sua tradição de solidariedade", afirmou Stein, que acrescentou que, neste contexto, deve ser mantido o espírito do Processo de Quito, "que apresenta um roteiro para promover a recepção, a proteção e a integração de migrantes e refugiados nos países que os acolhem". EFE
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