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"Jardineiro assassino" de Toronto se declara culpado de 8 assassinatos

29/01/2019 15h27

Toronto, 29 jan (EFE).- Bruce McArthur, que ficou conhecido como "jardineiro assassino" de Toronto, se declarou culpado nesta terça-feira do assassinato em primeiro grau de oito pessoas da comunidade gay da cidade canadense entre 2010 e 2017.

As oito vítimas de McArthur, cujos nomes foram lidos em um tribunal enquanto o acusado reconhecia ser seu assassino, eram membros da comunidade gay da cidade e, em muitos casos, pertenciam a minorias étnicas.

Os restos das vítimas foram achados em potes de grandes dimensões que McArthur, de 67 anos, armazenava na propriedade de um dos clientes a quem prestava serviços de jardinagem em Toronto.

Durante meses, após a detenção de McArthur, os investigadores buscaram restos humanos de possíveis vítimas em mais de 100 propriedades nas quais trabalhou como jardineiro.

As vítimas de McArthur foram identificadas como Andrew Kinsman, de 49 anos; Selim Esen, de 44; Majeed Kayhan, de 58; Soroush Mahmudi, de 50; Dean Lisowick, de 47; Skandaraj Navaratnam, de 40; Abdulbasir Faizi, de 42, e Kirushnakumar Kanagaratnam, de 37.

A promotoria revelou nesta terça-feira que o acusado também guardou "lembranças" das suas vítimas, como joias; que os assassinatos tiveram uma motivação sexual e que envolveram certo nível de encenação.

Embora McArthur só vá conhecer sua pena em uma futura audiência judicial, o assassinato em primeiro grau representa uma sentença automática de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional em 25 anos.

McArthur foi detido em janeiro de 2018 após anos de rumores no bairro gay de Toronto sobre a presença de um assassino em série que era o responsável pelo desaparecimento de vários indivíduos.

No entanto, a polícia de Toronto negou, mesmo depois da sua detenção, a existência de um assassino em série.

A atuação da polícia foi duramente criticada pelas organizações de defesa dos direitos de pessoas LGBT que denunciaram sua falta de interesse para resolver os crimes que afetam comunidades marginalizadas.

Após a detenção de McArthur foi informado que já havia sido condenado em 2001 por atacar um garoto de programa com uma barra metálica.

McArthur foi questionado em duas ocasiões pela polícia. Na segunda ocasião, em 2016, foi interrogado depois que um homem denunciou que ele tentou estrangulá-lo, mas as autoridades nunca lhe acusaram por esse ataque.

A polícia de Toronto decidiu promover então uma revisão de dezenas de casos de pessoas desaparecidas entre 1975 e 1995 para verificar se estão relacionadas com McArthur. EFE