Venezuelanos no Brasil também exigem saída de Maduro e chegada de ajuda
Brasília, 12 fev (EFE).- Um grupo de venezuelanos, liderado por María Teresa Belandria, "embaixadora" no Brasil indicada pelo líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se reuniu nesta terça-feira em Brasília para exigir o fim do "regime" de Nicolás Maduro.
Além disso, o grupo reivindicou que se permita a entrada na Venezuela da ajuda humanitária que, segundo Belandria disse à Agência Efe, será oferecida por 60 países, que responderam ao "chamado" feito pela Assembleia Nacional para atender com urgência cerca de 300.000 pessoas que "estão em risco de morte" pela falta de alimentos e remédios.
A reunião coincidiu com a jornada de protestos convocada na Venezuela por Guaidó, que em janeiro se autoproclamou presidente em exercício do país segundo os "termos constitucionais", uma vez que a Assembleia Nacional declarou Maduro como "usurpador" da presidência.
Belandria, que chegou esta semana a Brasília, insistiu em pedir que as Forças Armadas venezuelanas permitam o ingresso da ajuda humanitária, que Maduro rejeita por considerar que se trata de um "espetáculo político".
No Brasil estará um dos centros de armazenamento dessa ajuda, que também será concentrada na cidade colombiana de Cúcuta e em Porto Rico.
No caso do Brasil, Belandria indicou que o centro estará na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, e que haverá um núcleo de distribuição em Pacaraima, situada 200 quilômetros ao norte e na linha fronteiriça com a Venezuela.
Belandria ainda analisa com as autoridades brasileiras, que ofereceram um "total apoio" à iniciativa, as condições com que essa ajuda será transferida a Roraima e depois à Venezuela.
No ato realizado esta terça-feira em Brasília, esteve presente também o embaixador do Canadá no Brasil, Riccardo Savone, cujo país, da mesma forma que o Brasil, reconhece Guaidó como "presidente interino e legítimo" da Venezuela e colabora com a ajuda humanitária.
Belandria, por sua vez, foi reconhecida pelo governo brasileiro como embaixadora no país da Venezuela, que tem em Brasília uma legação diplomática pela qual ela ainda não passou.
"Não precisamos de um edifício para representar à Venezuela", disse Belandria, que insistiu que as prioridades dos venezuelanos agora são a ajuda humanitária, junto com "a cessação da usurpação" de Maduro, o início de um governo de transição e a convocação de eleições "realmente livres e democráticas". EFE
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